Mudanças entre as edições de "Método Denver"
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Edição das 16h17min de 17 de dezembro de 2024
Introdução:
O método Denver, também conhecido como ESDM (Early Start Denver Model – Modelo Denver para Intervenção Precoce) é baseado em intervenções comportamentais para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) de 12 a 48 meses.
Sobre o Autismo:
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno presente em aproximadamente 1% da população, apresentando-se como um conjunto de sintomas que se manifestam em diferentes graus, podendo estar presentes dificuldades relacionadas à interação social ou à comunicação, comportamentos repetitivos e interesses restritos, e padrões atípicos de atividades como reações incomuns a sensações.
Ainda não foi identificada uma causa única para o desenvolvimento do transtorno, que é atribuído a causas multifatoriais, ambientais, genéticas e epigenéticas.
Os sintomas de TEA podem começar a ser notados entre 6 e 18 meses de vida, quando há distinção do desenvolvimento típico e outros atrasos de desenvolvimento.
A literatura sugere que o diagnóstico precoce e início dos cuidados são importantes para melhora de quadro, principalmente do comportamento, da capacidade funcional e da comunicação.
Níveis do Austimo:
• Nível 1: Requer suporte (p.ex., sem o devido apoio, déficits na comunicação social causam deficiências visíveis. Dificuldade para iniciar interações sociais e respostas atípicas ou mal-sucedidas às iniciativas dos outros. Inflexibilidade causa interferência significativa com o funcionamento em um ou mais contextos);
• Nível 2: Requer suporte substancial (p.ex., déficits acentuados na comunicação social verbal e não-verbal; deficiências sociais aparentes mesmo com devido apoio; iniciação limitada de interações sociais. Inflexibilidade de comportamento, dificuldade em lidar com mudanças ou outros comportamentos restritos ou repetitivos aparecem com frequência e interferem no funcionamento);
• Nível 3: Requer apoio muito substancial (p.ex., déficits severos na comunicação social verbal e não verbal que causam graves prejuízos no funcionamento, iniciação muito limitada de interações sociais e resposta mínima a iniciativas de outros. Inflexibilidade do comportamento, extrema dificuldade em lidar com mudanças que interferem com o funcionamento;
Assim, cada paciente terá uma evolução e necessidades distintas, desde uma vida independente até dependência completa para executar atividades básicas, com reflexo nos aspectos educacionais e profissionais.
Tratamento do Autismo:
Os cuidados oferecidos na atenção primária são fundamentais para o acompanhamento das pessoas com TEA no SUS.
O acompanhamento da pessoa com TEA está dividido em:
• Identificação: o foco é no acompanhamento do desenvolvimento infantil, rastreamento por meio de indicadores e instrumentos, identificação de sinais de alerta e ações de estimulação promovidas por equipes de saúde e educação.
• Tratamento, habilitação e reabilitação: é desenvolvido um plano terapêutico singular (PTS) que, com base na avaliação dos aspectos de comunicação, linguagem e de interação social, consiste em plano de terapia multiprofissional e individualizado visando ganho funcional e de autonomia.
Tratamento farmacológico:
As opções farmacológicas são direcionadas para sintomas-alvo, falta de resposta à terapia não farmacológica e/ou para tratar um comportamento que apresenta impacto funcional negativo. As opções incluem antipsicóticos (convencionais e atípicos), estimulantes, antidepressivos – inibidores seletivos da recaptação de serotonina, agonistas alfa 2, anticonvulsivantes e estabilizadores de humor, ansiolíticos e benzodiazepínicos e medicamentos indutores do sono.
A risperidona foi avaliada pela Conitec e está incluída no manejo do comportamento agressivo em crianças e adultos com TEA. A recomendação de uso no SUS foi baseada no benefício demonstrado nos casos em que o tratamento não farmacológico apresente resposta insuficiente ou baixa adesão, que pode ser devida à gravidade do comportamento agressivo.
Tratamento não farmacológico:
Os planos terapêuticos devem ser individualizados e reavaliados periodicamente para verificação da efetividade e modificação conforme as mudanças nas necessidades do paciente.
Acredita-se ser possível minimizar problemas para as crianças e suas famílias se o tratamento com equipe multidisciplinar for implementado no início da identificação dos sintomas, preferencialmente até os quatro anos de idade. Estratégias escolares podem complementar o tratamento, principalmente em relação à forma como a pessoa se relaciona com o mundo e com seus pares.
Diversas estratégias para implementar intervenções não farmacológica têm sido reportadas, e geralmente são recomendadas para crianças com menos de cinco anos de idade. Além das intervenções comportamentais estruturadas, como o método ABA, há intervenções comportamentais naturalistas, como o método Denver.