Mudanças entre as edições de "Calprotectina fecal"
(→Diagnóstico) |
|||
| Linha 27: | Linha 27: | ||
- exames laboratoriais como '''hemograma, PCR e VHS'''''' | - exames laboratoriais como '''hemograma, PCR e VHS'''''' | ||
| + | |||
| + | |||
| + | == FICHA TÉCNICA DA TECNOLOGIA == | ||
| + | |||
| + | Descrita pela primeira vez em meados de 1980, a calprotectina é caracterizada como um complexo proteico pertencente à família de proteínas leucocitárias S100 ligantes de cálcio (S100A8 e S100A9), com atividade antimicótica. Presente em aproximadamente 45% das proteínas citosólicas de neutrófilos e expressa constitutivamente por monócitos e macrófagos ativados, a calprotectina apresenta potencial como marcador inflamatório. Suas ligações com o cálcio conferem a ela resistência a processos proteolíticos e a altas temperaturas, o que | ||
| + | permite que seja identificada e quantificada nas fezes, principalmente quando a inflamação ocorre no intestino. A sua correlação com o número de neutrófilos presentes no lúmen intestinal '''permite detectar respostas inflamatórias agudas no intestino'''. | ||
| + | |||
| + | A identificação da CF pode ser realizada por diferentes métodos (ELISA, turbidimétricos). | ||
| + | |||
| + | O método de identificação da CF exerce influência direta no tempo de resposta e na resposta obtida, sendo que as análises podem ser conduzidas em laboratórios ou no local de coleta, utilizando testes rápidos. Além disso, os métodos podem ser qualitativos ou quantitativos. | ||
| + | |||
| + | Os '''testes qualitativos têm por objetivo dizer se o paciente apresenta ou não DII em atividade, podendo ser úteis na diferenciação de DII e síndrome de intestino irritável.''' | ||
| + | |||
| + | Os '''testes quantitativos''' costumam explorar diferentes linhas de cortes e têm por objetivo principal '''estratificar a gravidade da DII''' em função do resultado do teste, '''sendo úteis no direcionamento do manejo do paciente. | ||
| + | ''' | ||
Edição das 18h50min de 27 de junho de 2025
Introdução
A Doença de Crohn (DC) é uma doença inflamatória intestinal (DII) resultante da ativação imune inadequada da mucosa. É caracterizada como uma doença crônica, sem etiologia conhecida e sem cura, sendo suas principais características a presença de lesões salteadas, assimétricas, transmurais ou granulomatosas ao longo do íleo, cólon e região perianal, permitindo que ela se apresente sob três formas: inflamatória, fistulosa e fibroestenosante.
Por ser uma doença inflamatória crônica e sem cura, a história natural da DC é marcada por períodos de manifestações agudas e remissões e o seu tratamento consiste em abordagens com os objetivos principais de induzir e manter o controle sintomático, além de melhorar a qualidade de vida e minimizar as complicações a curto e longo prazo. As abordagens terapêuticas mais recentes incluem a indução e manutenção da cicatrização histológica da mucosa, possibilitando uma mudança da história natural da DC.
Diagnóstico
De maneira geral, o diagnóstico das DII é realizado a partir de uma avaliação combinada das características clínicas com achados endoscópicos, histopatológicos, laboratoriais e de imagem.
Em relação às características clínicas, os sinais mais comuns observados em pacientes com DC incluem: febre, palidez, caquexia, massas abdominais, fístulas e fissuras perianais. Além disto, os sintomas mais comuns observados no momento do diagnóstico são: diarreia seguida por sangramento, perda de peso e dor abdominal.
Apesar de haver a necessidade de investigações mais aprofundadas para compreender a localização e a extensão da DC, a confirmação diagnóstica por meio da realização da ileocolonoscopia está bem estabelecida, além de técnicas radiológicas, como enteroressonância magnética e enterotomografia computadorizada, que podem ser úteis, principalmente em casos de lesões leves. Em alguns casos, o uso de cápsulas endoscópicas e enteroscopias são aconselháveis, como é o caso de pacientes com sintomas característicos e falha no diagnóstico radiológico.
Ademais, as análises laboratoriais contribuem na avaliação de sinais de resposta inflamatória aguda e/ou crônica, presença de anemia e sinais de desnutrição ou má absorção intestinal. Para isso, as investigações iniciais podem envolver: hemograma completo, PCR, CF e VHS. A PCR e a VHS são substitutos padrão da resposta de fase aguda à inflamação, sendo que a PCR se correlaciona com alterações na atividade inflamatória devido à sua meia-vida curta de 19 h. O mesmo é válido para a calprotectina fecal (CF), com destaque para a sua capacidade preditiva em decidir qual paciente deve ser submetido a uma investigação endoscópica.
Atualmente estão disponíveis no SUS:
- ileocolonoscopia
- ressonância magnética
- tomografia computadorizada
- exames laboratoriais como hemograma, PCR e VHS'
FICHA TÉCNICA DA TECNOLOGIA
Descrita pela primeira vez em meados de 1980, a calprotectina é caracterizada como um complexo proteico pertencente à família de proteínas leucocitárias S100 ligantes de cálcio (S100A8 e S100A9), com atividade antimicótica. Presente em aproximadamente 45% das proteínas citosólicas de neutrófilos e expressa constitutivamente por monócitos e macrófagos ativados, a calprotectina apresenta potencial como marcador inflamatório. Suas ligações com o cálcio conferem a ela resistência a processos proteolíticos e a altas temperaturas, o que permite que seja identificada e quantificada nas fezes, principalmente quando a inflamação ocorre no intestino. A sua correlação com o número de neutrófilos presentes no lúmen intestinal permite detectar respostas inflamatórias agudas no intestino.
A identificação da CF pode ser realizada por diferentes métodos (ELISA, turbidimétricos).
O método de identificação da CF exerce influência direta no tempo de resposta e na resposta obtida, sendo que as análises podem ser conduzidas em laboratórios ou no local de coleta, utilizando testes rápidos. Além disso, os métodos podem ser qualitativos ou quantitativos.
Os testes qualitativos têm por objetivo dizer se o paciente apresenta ou não DII em atividade, podendo ser úteis na diferenciação de DII e síndrome de intestino irritável.
Os testes quantitativos costumam explorar diferentes linhas de cortes e têm por objetivo principal estratificar a gravidade da DII em função do resultado do teste, sendo úteis no direcionamento do manejo do paciente.