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Estimulação Magnética Transcraniana

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ASPECTOS CLÍNICOS
== INTRODUÇÃO ==
A estimulação magnética transcraniana (EMT, ou TMS, do inglês transcranial magnetic stimulation), consiste em uma técnica de '''neuromodulação não invasiva''', inicialmente desenvolvida como uma ferramenta para avaliações neurofisiológicas.
Difere da eletroconvulsoterapia (ECT), que é uma técnica na qual uma crise convulsiva generalizada é induzida deliberadamente, sob anestesia, para o tratamento de transtornos mentais maiores. Com a EMT é possível despolarizar os neurônios do córtex motor primário e gerar o potencial evocado motor (PEM) de forma indolor e não invasiva.
O uso terapêutico da EMT ocorre quando aplicada com '''pulsos repetitivos (EMTr)'''. O embasamento para essa abordagem vem do conhecimento de que a estimulação elétrica repetitiva do hipocampo e do cerebelo de animais resultava na modificação da excitabilidade neuronal. Essa modificação perdura após o término da estimulação. Também tem efeito sobre o BDNF (brain­derived­neurotrophic fator), a liberação de neurotransmissores, a regulação de receptores neuronais, a modificação de expressão gênica entre outros processos.
A primeira aplicação terapêutica da EMTr ocorreu no estudo de Pascual­Leone, em 1996, tendo demonstrado o efeito antidepressivo da estimulação do córtex pré­frontal dorsolateral (CPFDL).
Em 2008, a EMTr foi aprovada pelo FDA para tratamento da depressão refratária e em 2012, aprovada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) no Brasil.
A estimulação magnética transcraniana de repetição (EMTr), por sua vez, é um método novo, '''ainda em investigação''', que tem sido estudado como um possível tratamento para diversas doenças, como acidente vascular cerebral (AVC), dor crônica, lesão medular, distúrbios dos movimentos, epilepsia, além de outras condições psiquiátricas. Os estudos preliminares demonstraram que a técnica aumenta a performance cognitiva em diversas tarefas, dependendo da área do cérebro que é estimulada. A EMT tem sido também utilizado para aumentar as habilidades linguísticas e matemáticas, a atenção, resolução de problemas, memória, coordenação, até mesmo melhoria de foco e concentração. Também se tem estudado novas aplicações, tais como na doença de Parkinson, zumbido, fibromialgia.
A técnica está '''ainda em evolução em relação a parâmetros ''' de uso como: local de estímulo, números de pulsos, tipo de bobinas, limiar utilizado, número de sessões e manutenção. Além disso, tratamentos personalizados estão em pesquisa para achar possíveis preditores de resposta.
== EFEITOS FISIOLÓGICOS ==
== ASPECTOS CLÍNICOS ==
Enquanto a maior parte dos protocolos de ECT recomendam aplicação três vezes por semana, para a EMTr ainda não está definido protocolo específico. Assim como existe uma certa fugacidade nos efeitos da ECT que demandam a continuação e manutenção do tratamento (farmacológica ou com ECT) após a melhora clínica, '''a duração dos efeitos benéficos da EMTr não é bem estabelecida, e os dados existentes sugerem também um efeito fugaz. '''
Os parâmetros recomendados de estimulação são: 110 -­120% do limiar motor, '''5 sessões por semana (1x/dia), com 20­-30 sessões totais ''' (ou menos, se a resposta clínica for obtida).
O número de pulsos por sessão varia de 120 a 3.000 pulsos.
Existe '''informação limitada sobre a eficácia da EMTr como tratamento de continuação ou manutenção ''''''Texto em negrito''' ou sobre a possibilidade de medicações sustentarem os efeitos terapêuticos alcançados.
Uma metanálise de rede, publicada em 2017, avaliou a eficácia e a tolerabilidade de diferentes modalidades de EMTr, AF, BF e bilateral, estimulação theta burst (TBS), H1 (“deep”/ estimulação “profunda”), EMT acelerada (ou seja, EMT realizada 4 vezes ao dia), EMTr priming (EMTr­AF seguida de EMTr­BF) e sincronizada, observando-se uma tendência de superioridade para a EMTr priming e bilateral, em comparação com as demais técnicas.
== EMT NO SUS ==
A EMT '''não é disponibilizada pelo SUS.'''
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC) avaliou o uso de EMT apenas no contexto de Comportamento Agressivo no Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Os membros do Plenário da Conitec presentes na 105ª Reunião Ordinária, realizada nos dias 09 e 10 de fevereiro de 2022, deliberaram, por unanimidade, recomendar a atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Comportamento Agressivo no Transtorno do Espectro do Autismo. O protocolo não preconiza o uso de alternativas como eletroconvulsoterapia (ECT) e estimulação magnética transcraniana (EMT), bem como estes procedimentos também não são recomendados por nenhuma das diretrizes clínicas internacionais consultadas sobre o cuidado de pacientes com TEA. As evidências do uso de EMT no TEA ainda são incipientes.
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