Mudanças entre as edições de "Medicamentos de Combate a AIDS e ao HIV - Antirretrovirais (ARV)"
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Edição das 21h07min de 26 de março de 2025
Índice
Informações gerais
A infecção pelo HIV-1 geralmente ocorre por meio das mucosas do trato genital ou retal durante a relação sexual, quando o vírus e células infectadas atravessam a barreira mucosa e iniciam a infecção de linfócitos T-CD4+, macrófagos e células dendríticas. Nos primeiros dez dias (fase eclipse), o RNA viral ainda não é detectável, mas a resposta imune inata atrai mais células T, favorecendo a replicação e disseminação do vírus para os linfonodos e sistemicamente, culminando em um pico de viremia entre 21 e 28 dias, acompanhado de uma queda acentuada dos linfócitos T-CD4+.
Embora haja ativação dos linfócitos T-CD8+ que exercem controle parcial, essa resposta é insuficiente para eliminar a infecção, que se torna crônica. Inicialmente, o organismo produz anticorpos do tipo IgM, que, devido à exposição contínua aos mesmos antígenos, são gradualmente substituídos por IgG de alta afinidade. Esse aumento de afinidade, decorrente de mutações somáticas e seleção positiva dos linfócitos B, é a base para testes laboratoriais que distinguem infecções recentes das crônicas [1].
Com a adesão rigorosa ao tratamento antirretroviral, os indivíduos podem alcançar uma carga viral indetectável e, segundo o Ministério da Saúde e evidências recentes publicadas, essa condição elimina o risco de transmissão do HIV, confirmando o princípio “U=U” (Undetectable = Untransmittable) [2][3].
Classificação filogenética do HIV
A classificação do HIV é feita analisando o seu material genético, o que permite organizar o vírus em categorias que ajudam a entender seu comportamento e sua transmissão. Em termos simples, existem dois tipos principais: o HIV-1, que é o mais comum, e o HIV-2.
O HIV-1 é subdividido em grupos e subtipos. Por exemplo, a maioria das infecções ocorre com o grupo M, que inclui nove subtipos (como o subtipo B, predominante no Brasil) e, em alguns casos, esses subtipos podem se dividir em grupos menores. Além disso, quando uma pessoa é infectada por mais de um subtipo, pode ocorrer a mistura do material genético dos vírus, formando novas variantes chamadas formas recombinantes. Se essa nova forma for identificada em três ou mais pessoas sem relação entre si, ela é classificada como forma recombinante circulante (CRF); uma lista dessas formas pode ser consultada no Los Alamos HIV Database. Essa variação genética é importante, pois influencia como o vírus se comporta, se espalha e como os testes reagem a ele. O HIV-2, por sua vez, é menos comum e é dividido em oito grupos [4].
Diagnóstico
Conforme o Manual Técnico para o diagnóstico da infecção pelo HIV em adultos e crianças, as estratégias de testagem para o HIV têm como objetivo aprimorar a qualidade e a rapidez do diagnóstico, especialmente em casos de infecção recente. Para isso, são utilizados diferentes métodos, que podem ser agrupados em três categorias principais:
- Imunoensaio: a) Primeira geração: Utiliza um formato indireto para detectar anticorpos IgG específicos; b) Segunda geração: Também em formato indireto, emprega antígenos recombinantes ou peptídeos sintéticos derivados do HIV; c) Terceira geração: Adota o formato “sanduíche”, permitindo a detecção simultânea de anticorpos IgM e IgG; d) Quarta geração: Combina a detecção de anticorpos (no formato “sanduíche”) com a identificação do antígeno p24, abrangendo todas as classes de imunoglobulinas.
- Testes Rápidos: São imunoensaios simples que fornecem resultados em até 30 minutos. Geralmente realizados presencialmente em ambientes não laboratoriais, utilizam amostras de sangue total obtidas por punção digital ou fluido oral.
- Testes Complementares: Incluem métodos como western blot, imunoblot, imunoensaios em linha e imunofluorescência indireta, além dos testes moleculares. Esses métodos auxiliam na confirmação do diagnóstico, principalmente em infecções agudas, quando pode haver reatividade no teste de quarta geração associada à ausência de anticorpos circulantes.
Essas abordagens integradas permitem um diagnóstico mais seguro e célere da infecção pelo HIV, contribuindo para o manejo e controle da doença.
Notificação
A notificação é obrigatória nos casos de infecção pelo HIV, infecção pelo HIV em gestante, parturiente ou puérpera e criança exposta ao risco de transmissão vertical do HIV, conforme portaria vigente do Ministério da Saúde [5].
Tratamento
A recomendação para o início precoce da terapia antirretroviral (TARV) busca reduzir a morbimortalidade entre pessoas vivendo com HIV (PVHIV), diminuir a transmissão do vírus e combater a tuberculose – a principal causa infecciosa de óbitos em PVHIV – por meio de tratamentos mais eficazes e toleráveis. Desde 1996, o acesso universal e gratuito aos antirretrovirais é uma política prioritária do Ministério da Saúde, que garante que esses medicamentos inibam a replicação do HIV, fortaleçam o sistema imunológico e reduzam internações e infecções oportunistas. Para assegurar a distribuição adequada desses medicamentos na rede pública, o Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (SICLOM) foi implementado em 1997, envolvendo ações das esferas federal, estadual e municipal. Além dos pacientes cadastrados no SICLOM, o fornecimento de antirretrovirais também se estende a pessoas expostas ocupacional ou sexualmente, gestantes HIV+ durante o parto e recém-nascidos de mães HIV+, prevenindo a transmissão vertical [6][7].
Os seguintes medicamentos são disponibilizados por meio do Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica para portadores de HIV/AIDS:
- Abacavir;
- Aciclovir;
- Ácido tricloroacético;
- Atazanavir;
- Dolutegravir;
- Efavirenz;
- Emtricitabina + Tenofovor;
- Enfuvirtida;
- Etravirina;
- Ganciclovir;
- Lamivudina;
- Lamivudina + dolutegravir sódico;
- Maraviroque;
- Nevirapina;
- Primaquina;
- Raltegravir;
- Rifabutina;
- Ritonavir;
- Tenofovir + Lamivudina + Efavirenz;
- Tenofovir + Lamivudina;
- Tenofovir;
- Zidovudina;
- Zidovudina + Lamivudina.
Clique aqui para consultar o os locais responsáveis pela distribuição de medicamentos ARV (Não é necessário login e senha).
Referências
- ↑ Manual Técnico para o diagnóstico da infecção pelo HIV em adultos e crianças
- ↑ Ministério da Saúde: HIV/AIDS
- ↑ Lancet HIV
- ↑ Manual Técnico para o diagnóstico da infecção pelo HIV em adultos e crianças
- ↑ Ministério da Saúde: HIV/AIDS
- ↑ Ministério da Saúde: HIV/AIDS - Tratamento
- ↑ Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica - CESAF