Apesar de ser uma enfermidade antiga, a tuberculose continua sendo um importante problema de saúde pública. No mundo, a cada ano, cerca de 10 milhões de pessoas adoecem por tuberculose. A doença é responsável por mais de um milhão de óbitos anuais. No Brasil, mais de 84 mil casos novos são notificados, ocorrendo cerca de 6 mil óbitos anuais <ref>[https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/t/tuberculose Ministério da Saúde: Tuberculose]</ref>.
== TB Pulmonar ==
Pode-se apresentar sob a forma primária, pós-primária (ou secundária) ou miliar.
Os sintomas clássicos da TB pulmonar são: tosse persistente, produtiva ou não (com muco e eventualmente sangue), febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento.
* TB pulmonar primária – é mais comum em crianças e clinicamente apresenta-se, na maior parte das vezes, de forma insidiosa. O paciente apresenta-se irritadiço, com febre baixa, sudorese noturna, inapetência e o exame físico pode ser inexpressivo.
* TB pulmonar pós – primária – Pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum no adolescente e no adulto jovem.
== TB Extrapulmonar ==
As apresentações extrapulmonares da TB têm seus sinais e sintomas dependentes dos órgãos e/ou sistemas acometidos. Sua ocorrência aumenta entre pacientes com aids, especialmente entre aqueles com imunocomprometimento grave.
== Diagnóstico ==
'''Pesquisa bacteriológica''': é um método de importância fundamental em adultosNo Brasil, tanto para o diagnóstico quanto para o controle de tratamento <ref> BRASILda TB é realizado conforme preconizado no [https://www. Portaria ngov. 2.587, br/saude/pt-br/centrais-de 30 -conteudo/publicacoes/svsa/tuberculose/manual-de Outubro de 2008-recomendacoes-e-controle-da-tuberculose-no-brasil-2a-ed. Dispõe sobre a Comissão pdf Manual de Incorporação de Tecnologias do Ministério da Saúde e vincula sua gestão à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Diário Oficial [Recomendações Para o Controle daTuberculose no Brasil] República Federativa do Brasil, Poder Executivosendo subdividido em diagnóstico clínico, Brasíliadiferencial, DFbacteriológico, 31 out. 2008. Seção 1imagem, p. 94.</ref> histopatológico e será usado na ordem de prioridade detalhadapor outros testes diagnósticos. A baciloscopia do escarroPara a rede laboratorial, desde que executada corretamente em todas as suas fases, permite detectar orientações e recomendações para o diagnóstico laboratorial de 60% a 80% dos casos micobactérias estão contidas no [https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de -conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/tuberculose pulmonar, o que é importante do ponto /manual-de vista epidemiológico, já que os casos bacilíferos são os responsáveis pela manutenção da cadeia de transmissão. '''Cultura -recomendacoes-e-para micobactéria''': é um método -diagnostico-laboratorial-de elevada especificidade -tuberculose-e sensibilidade -micobacterias-nao-tuberculosas-de-interesse-em-saude-publica-no diagnóstico da TB-brasil. Nos casos pulmonares com baciloscopia negativa, a cultura do escarro pode aumentar em até 30% pdf/ Manual de Recomendações para o diagnóstico bacteriológico da doença. '''Teste rápido molecular (TRM-TB)''': é um teste automatizado, simples, rápido Diagnóstico Laboratorial de Tuberculose e Micobactérias não Tuberculosas de fácil execução nos laboratórios. O teste detecta o ''Mycobacterium tuberculosis'' e indica se há resistência à rifampicina, Interesse em aproximadamente duas horasSaúde Pública no Brasil].
'''Radiografia de tóraxPara o diagnóstico laboratorial da tuberculose são utilizados os seguintes exames:''': é um método diagnóstico de grande importância na investigação da *Teste rápido molecular para tuberculose <ref> BURRIL, J. Tuberculosis: A radiologic review. Radiographics, Easton, v. 27, p. 1255(TRM-1273, 2007 </ref> <ref> DALEY, C. L.TB) ou baciloscopia; GOTWAY, M. B.*Cultura; JASMER, R. M. Radiographic manifestations oftuberculosis: A primer for clinicians. San Francisco: Francis J. Curry National Tuberculosis Center, 2009 </ref>*Teste de Sensibilidade aos fármacos.
Diferentes achados radiológicos apontam para Além do diagnóstico laboratorial, a suspeita avaliação clínica é de doença em atividade ou doença no passado, além do tipo suma importância para o diagnóstico da TB e extensão a realização da radiografia do comprometimento pulmonar. Deve ser solicitada tórax é indicada como um método complementar para todo o paciente com suspeita clínica de TB pulmonaresse diagnóstico <ref>[https://www. No entanto, até 15% dos casos de TB pulmonar não apresentam alterações radiológicas, principalmente pacientes imunodeprimidosgov. Nos pacientes com suspeita clínica, o exame radiológico permite a diferenciação de imagens sugestivas br/saude/pt-br/assuntos/saude-de tuberculose ou de outra doença, sendo indispensável submetê-los a exame bacteriológico. Em suspeitos radiológicos de tuberculose pulmonar com baciloscopia direta negativa, deve-se afastar a possibilidade de outras doenças, recomendando-se a cultura para micobactériaz/t/tuberculose Ministério da Saúde: Tuberculose - Diagnóstico]</ref>.
== Tratamento ==
A associação medicamentosa adequada, as doses corretas e o uso por tempo suficiente são os princípios básicos para o '''O tratamentoda tuberculose dura no mínimo seis meses, evitando a persistência bacteriana e o desenvolvimento de resistência aos fármacos é gratuito eestá disponível, assimexclusivamente, assegurando a cura do paciente. A esses princípios soma-se o '''tratamento diretamente observado no Sistema Único de Saúde (TDOSUS), em regime ambulatorial''', como estratégia fundamental . São utilizados quatro medicamentos para o sucesso do tratamento. A hospitalização é recomendada em dos casos especiais e de acordo com as seguintes prioridadestuberculose que utilizam o esquema básico: - meningoencefalite tuberculosa; - intolerância aos medicamentos antiTB incontrolável em ambulatório; - estado geral que não permita tratamento em ambulatório; - intercorrências clínicas e/ou cirúrgicas relacionadas ou não à TB que necessitem de tratamento e/ou procedimento em unidade hospitalar; - casos em situação de vulnerabilidade social como ausência de residência fixa ou grupos de maior possibilidade de abandonorifampicina, especialmente se for um caso de retratamento, falência ou multirresistência. O período de internação deve ser reduzido ao mínimo possívelisoniazida, limitando-se ao tempo suficiente para atender à razões que determinaram sua indicação. A apresentação farmacológica desse esquema passa a ser em comprimidos de doses fixas combinadas dos medicamentos Rifampicina-Isoniazida-Pirazinamida pirazinamida e Etambutol (RHZE)etambutol. '''Tratamento da Tuberculose ResistenteA tuberculose tem cura quando o tratamento é feito de forma adequada, até o final''' Tratamentos com esquema básico em pacientes infectados por bacilos que apresentem mono ou polirresistência têm sido associados ao aumento do risco de recidiva, falência e ampliação do padrão de resistência, incluindo o desenvolvimento da multirresistência. Não existem evidências baseadas em ensaios clínicos randomizados e controlados para a indicação O papel dos melhores esquemas nessas situações. As recomendações são fundamentadas nos princípios gerais da microbiologia e terapêutica para TB, estudos observacionais e opinião profissionais de especialistas. Quando houver a indicação de mudança de esquema, essa escolha deverá ser a menor associação com medicamentos mais eficazes saúde em apoiar e alta probabilidade de cura. A necessidade de mudança de esquema e a escolha monitorar o tratamento da melhor associação medicamentosa serão avaliadas por profissionais experientes no manejo dos medicamentos de segunda linha. Portantotuberculose, as unidades de referência terciária, diretamente ou por meio de parecerum cuidado integral e humanizado e centrado na pessoa, devem definir a conduta nesses casos (ver [http://wwwé muito importante.dive.sc.gov.br/conteudos/agravos/publicacoes/MANUAL-DE-RECOMENDACOES-PARA-O-CONTROLE-DA-TUBERCULOSE-NO-BRASIL.pdf Programa Nacional de Controle da Tuberculose]). Se a monorresistência à rifampicina ou à isoniazida for identificada durante a fase intensiva do esquema básico, deve-se recomeçar novo esquema. Se for identificada durante Uma das principais estratégias para promover a fase de manutenção, prorrogar o uso de RH na segunda fase para sete meses, desde que o paciente tenha adesão ao tratamento comprovada, corroborada pela evolução clínica, bacteriológica e radiológica satisfatórias. Em caso de adesão ao tratamento duvidosa, de doença em atividade, reiniciar novo esquema. Para os casos portadores de bacilos polirresistentes, independentemente da fase em que é o tratamento com esquema básico se encontre, também deve ser reiniciado novo esquema conforme as indicações. Os seguintes medicamentos são ofertados por meio do Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica Tratamento Diretamente Observado (CESAFTDO), para o tratamento de tuberculose: - Estreptomicina; - [[Etambutol]]; - [[Isoniazida]]; - Pirazinamida; - [[Rifampicina]];.
- Isoniazida + Rifampicina;O TDO consiste na observação da tomada do medicamento pela pessoa com tuberculose sob a observação de um profissional de saúde ou por outros profissionais capacitados, como profissionais da assistência social, entre outros, desde que supervisionados por profissionais de saúde. Esse regime de tratamento deve ser realizado, idealmente, em todos os dias úteis da semana, ou excepcionalmente, três vezes na semana
- DFC (4x1 – RHZE) Rifampicina + Isoniazida + Pirazinamida + Etambutol'''Importante''': logo nas primeiras semanas do tratamento, a pessoa se sente melhor e, por isso, precisa ser orientada pelo profissional de saúde a realizar o tratamento até o final, independentemente do desaparecimento dos sintomas. É importante lembrar que o tratamento irregular pode complicar a doença e resultar no desenvolvimento de tuberculose droga resistente.
- Levofloxacino;'''Os seguintes medicamentos são ofertados por meio do [[Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica (CESAF)]], para o tratamento de tuberculose:'''
- *Estreptomicina;*[[Etambutol]];*[[Isoniazida]];*Pirazinamida;*[[Rifampicina]];*Rifabutina*Rifapentina*Rifapentina + Isoniazida*[[Rifampicina + Isoniazida]];*Rifampicina + Isoniazida + Pirazinamida;*DFC (4x1 – RHZE) Rifampicina + Isoniazida + Pirazinamida + Etambutol*Levofloxacino;*[[Claritromicina]] <ref> Texto elaborado pelo Setor de Tuberculose GEVRA/DIVE/SUV/SES/SC em abril de 2016.</ref> <ref> *[[http://www.dive.sc.gov.br/conteudos/agravos/publicacoes/MANUAL-DE-RECOMENDACOES-PARA-O-CONTROLE-DA-TUBERCULOSE-NO-BRASIL.pdf Manual de recomendações para o controle da tuberculose no BrasilPiridoxina]] Acesso em 14/01/2021. </ref>
==Considerações==
Todas as informações aqui disponibilizadas encontram-se disponíveis no site da [httphttps://www.dive.sc.gov.br/index.php/d-a/item/tuberculose Diretoria de Vigilância Epidemiológica da SES/SC], além de Notas técnicas, Campanhas e Publicações.
==Referências==
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