=='''A indicação de Internação Compulsória'''==
Diversos fatores podem concorrer para tratamentos realizados de forma irregular ou abandono, culminando em tuberculose multirresistente, tais como:
problemas sociais (fome, miserabilidade, etc.); falta de expectativa na vida em grupos vulneráveis; preconceito por parte de equipes mal preparadas; dificuldades tanto de acolhimento e vínculo (com a equipe de saúde) quanto de adesão; sensação de que já “está curado” e que não precisa tomar os remédios pelo período determinado; e drogadição/alcoolismo.
Com efeito, as equipes de saúde devem estar preparadas para enfrentar qualquer tipo de situação, o que envolve: formação de equipe multidisciplinar qualificada; utilização de adequada metodologia no acolhimento, que possibilite abordagens diversas e eventualmente inovação nas estratégias; incentivo aos pacientes, com oferta de alimentação ou transporte, por exemplo; eficaz controle de contatos; e as normas de biossegurança.
Além disso, é importante que o profissional de saúde conte com condições e ambientes adequados para o trato com esta doença e com os pacientes.
Como recurso extremo, após esgotadas todas as possibilidades de mediação sem que o paciente consiga e/ou decida pela adesão ao tratamento, há possibilidade de intervenção judicial para internação compulsória.
Nos casos de pessoas que tem dificuldades na adesão ou mesmo naqueles onde o paciente se nega a aderir ao tratamento, podem se configurar situações onde haja exposição de terceiros ao risco de infecção, especialmente familiares e sobretudo crianças.
=='''Conclusão:'''==
A indicação de internação compulsória para tratamento de tuberculose deve ser considerada somente em casos excepcionais, esgotadas todas as possibilidades de abordagem terapêutica ambulatorial, com avaliação dos serviços de assistência social e aval do Ministério Público.
Principalmente, onde haja exposição de terceiros ao risco de infecção, especialmente familiares e sobretudo crianças.