Desenvolvimento de medicamentos novos

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Informações gerais

O desenvolvimento de medicamentos novos é um processo minucioso, que reúne estudos científicos para garantir que as substâncias sejam eficazes e seguras antes de chegarem aos pacientes. Pesquisadores investigam inicialmente a ação de cada composto em laboratório e, posteriormente, realizam ensaios clínicos com voluntários ou pacientes. Esse processo é regido por normas nacionais e internacionais, como as da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) no Brasil e as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) [1][2][3].

Processo de desenvolvimento

Para que um medicamento seja disponibilizado no mercado (incluindo o Sistema Único de Saúde – SUS), ele precisa passar por [4][5]:

1. Pesquisa e seleção de moléculas: identificação de possíveis substâncias com efeitos terapêuticos;

2. Ensaios pré-clínicos: testes em laboratório e em modelos animais para avaliar eficácia inicial e segurança;

3. Ensaios clínicos em humanos: divididos em fases progressivas, conforme a quantidade de voluntários e objetivos de cada estudo;

4. Registro junto à autoridade sanitária: apresentação de dados de eficácia, segurança e qualidade à ANVISA, que decide pela aprovação ou não do medicamento.

Fases de desenvolvimento

1. Fase Pré-Clínica: Foco em investigar se a molécula é segura e tem atividade promissora, por meio de estudos em laboratório e modelos animais. Ainda, tem o objetivo de eliminar compostos tóxicos ou ineficazes antes de testar em humanos.

2. Fase Clínica: A fase clínica é subdividida em:

  • Fase 1: Realizada com um pequeno número de voluntários saudáveis ou pacientes. Tem o objetivo de avaliar segurança, definir dose tolerável e investigar possíveis efeitos adversos iniciais.
  • Fase 2: realizada com um grupo maior de pacientes que apresentam a condição para a qual o medicamento foi desenvolvido. O objetivo é verificar eficácia preliminar, reforçar dados de segurança e determinar posologia ideal.
  • Fase 3: Realizada com uma ampla amostra de pacientes, em diversos centros de pesquisa (nacional ou internacional). O objetivo é confirmar eficácia, comparar com tratamentos existentes e identificar efeitos adversos em maior escala.
  • Fase 4 (pós-comercialização): Realizada com a população em geral que utiliza o medicamento após sua aprovação. Sua função é o realizar o monitoramento contínuo (farmacovigilância) para detectar efeitos adversos raros ou de longo prazo e avaliar efetividade em condições reais de uso [6].

Regulamentação e Registro no Brasil

A ANVISA avalia relatórios que comprovem a qualidade, segurança e eficácia de cada novo medicamento. Para conceder o registro, são analisados:

  • Documentos sobre a fabricação e o controle de qualidade;
  • Resultados de ensaios clínicos (Fases I, II e III);
  • Dados de farmacovigilância em países onde o produto já possa estar em uso.

Este processo segue regras como as estabelecidas em resoluções de diretoria colegiada (RDCs), dentre elas a RDC nº 200, de 26 de dezembro de 2017 que dispõe sobre o registro de medicamentos novos.

Referências

  1. Ir para cima Guidelines on Clinical Evaluation of Drugs
  2. Ir para cima Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976
  3. Ir para cima Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 945, de 29 de novembro de 2024
  4. Ir para cima Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976
  5. Ir para cima Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 9, de 20 de fevereiro de 2015
  6. Ir para cima Drug Development Process: Learn about the Drug Development Process

As demais referências utilizadas para elaboração deste medicamento constam em forma de link no decorrer do texto.