Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica (CESAF) - Hanseníase
A hanseníase é uma doença infecciosa, crônica, de grande importância para a saúde pública devido à sua magnitude ao seu alto poder incapacitante, atingindo, principalmente, a faixa etária economicamente ativa. A transmissão se processa através das vias aéreas superiores de doente multibacilar sem tratamento para indivíduo suscetível após contato prolongado.
A primeira manifestação consiste no aparecimento de manchas dormentes, de cor avermelhada ou esbranquiçada em qualquer região do corpo, avançando para o aparecimento de ulceração da pele e deformidade nas articulações. Placas, caroços, inchaço e fraqueza muscular podem ser outros sintomas observados. Acomete, principalmente, os nervos periféricos, a pele, mucosa do trato respiratório superior e olhos, mas também se manifesta como uma doença sistêmica, comprometendo articulações, testículos, gânglios e outros órgãos. Observa-se, também, queda de pelos em áreas frias do corpo, infiltrações e neurites.
O período de incubação da bactéria varia de três a cinco anos e pode resultar em danos progressivos. Além de causar incapacidades permanentes, a doença traz consequências sociais, como a discriminação e o estigma.
Considera-se caso de hanseníase a pessoa que apresenta um ou mais dos seguintes sinais cardinais, a qual necessita de tratamento com poliquimioterapia (PQT):
a) lesão (ões) e/ou área (s) da pele com alteração da sensibilidade térmica e/ou dolorosa e/ou tátil; ou
b) espessamento de nervo periférico, associado a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas; ou
c) presença de bacilos M.leprae, conformada na baciloscopia de esfregaço intradérmico ou na biópsia de pele.
Tratamento dos casos diagnosticados
O tratamento é realizado em regime ambulatorial, independente da classificação operacional da hanseníase, nas unidades básicas de saúde, ou ainda, desde que notificados e seguidos todas as ações de vigilância, em serviços especializados, hospitais públicos, universitários e/ou clínicas.
Deve ser assegurado, obrigatoriamente, tratamento adequado a todos os doentes por parte dos serviços públicos de saúde.
Os serviços de saúde devem garantir orientação e recursos anticoncepcionais para as mulheres em tratamento de hanseníase ou em episódios reacionais mesmo após o término da PQT, principalmente aquelas que possam eventualmente precisar fazer uso de medicamentos com efeitos teratogênicos, em cumprimento da Lei nº 10.651, de 16 de abril de 2003 que dispõe sobre o controle do uso da talidomida.
Após eventual necessidade de hospitalização, o doente deverá continuar o seu tratamento em regime ambulatorial, em sua unidade de saúde de origem.
Tratamento
O tratamento da hanseníase é realizado através da associação dos medicamentos (poliquimioterapia - PQT):
- Clofazimina (CESAF);
- Dapsona (CESAF);
- Minociclina, cloridrato (CESAF);
- Ofloxacino (CESAF);
- Rifampicina (CESAF).
Clique aqui para consultar o esquema terapêutico recomendado pelo Ministério da Saúde.
Além dos medicamentos citados acima a Secretaria Estadual da Saúde de Santa Catarina apresenta na lista de medicamentos estratégicos os seguintes insumos ofertados aos pacientes com hanseníase:
- Curativo oleoso (CESAF);
- Hipromelose (CESAF);
- Pentoxifilina (CESAF);
- Prednisona (CESAF);
- Talidomida (CESAF). [1]
Considerações
Todas as informações aqui disponibilizadas encontram-se disponíveis no site da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da SES/SC, além de Notas técnicas, Campanhas e Publicações.
Para consultar o Plano Estratégico Nacional para Enfrentamento da Hanseníase 2019-2020, do MInistério da Saúde, clique aqui.