Prótese (de quadril)

De InfoSUS
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Introdução

Artrose do Quadril

A cirurgia para implante de prótese no quadril, denominada "artroplastia total de quadril" (ATQ), é comumente indicada aos pacientes com artrose grave de quadril, uma doença degenerativa caracterizada pelo desgaste da articulação coxofemoral, ocasionando limitação de movimento e dor. Também podem estar indicadas em lesões produzidas por trauma que lesem a articulação. Os diagnóstico ao CID-10 que mais comumente levam à artroplastia de quadril são: M16 (artroses de quadril) e S16 (fraturas de colo de fêmur).

Fratura de colo de fêmur

A artroplastia de quadril é cirurgia eletiva, ou seja, não há urgência nem emergência na realização. Os paciente podem aguardar o processo cirúrgico em domicílio. Alguns raros casos agudos, geralmente causados por traumatismo, podem ter caráter de urgência, isto não somente devido limitação funcional e dor, mas também por risco aumentado para eventos tromboembólicos (tromboembolismo pulmonar e embolia gordurosa).


A Intervenção cirúrgica

A artroplastia total de quadril (ATQ) é um dos procedimentos de maior sucesso dentro da ortopedia. Para os pacientes com dores no quadril (de diversas origens), a cirurgia pode conferir alívio da dor, reestabelecer padrões funcionais e melhorar a qualidade de vida. Os resultados variam dependendo não somente do implante, da técnica cirúrgica, do tipo de fixação, dos biomateriais empregados nos componentes da prótese, mas especialmente da idade do paciente, seu nível de atividade e comorbidades, além de de outros fatores. A ATQ pode ser realizada com sucesso em pacientes desde os muito jovens até os adultos mais velhos (acima de 80 anos de idade).


Material e procedência das próteses

As próteses podem ter sua procedência da indústria nacional ou estrangeira. A qualidade é avaliada através de detalhes das ligas metálicas, do polietileno, na resistência das superfícies de revestimento, no desenho do implante e nos instrumentais necessários à implantação dos componentes protéticos, entre outros critérios.

A indústria nacional vem se aperfeiçoando, ressaltando-se que o critério preço e origem extrangeira da prótese não é garantia de boa procedência ou qualidade.

As condições ideais para a cirurgia vão além do implante em si. Existe uma "curva de aprendizado" para que os especialistas conhecam os detalhes das protéses e avaliem o paciente longitudinalmete no pós-operatório para determinar se determinado tipo de prótese e sua procedência são adequados.

Um grande objeto de contendas é a procedência dos materiais utilizados na confecção das próteses. Alguns especialistas sustentam que pode haver uma grande diferença na durabilidade dos diferentes tipos de materiais. Algumas vezes podem dizer que as importadas são mais duradoudas e que por isso têm custo mais elevado que as de fabricação nacional, porém deve-se ater se existe de fatp evidência ciontífica ou, ao msno, algum consenso de especialista, ou se trata apenas uma "evidência anedótica" ou existe outros interesses escusos. Em geral, próteses importadas de alto custo podem não satisfazer critérios de custo-efetividade, acabam não sendo disponibilizadas para pacientes do SUS.

Apesar do benefício obtido na artroplastia primária de quadril, é conhecido que as próteses articulares artificiais mais antigas apresentam uma duração limitada, e não é incomum que apresentem disfunção após 10 ou mais anos da substituição articular. Assim, a escolha dos materiais a serem utilizados na prótese depende não só da idade como da atividade do paciente e também do tipo de fixação do implante.
Cumpre, ao médico, dentro dos princípios da ética e da técnica, a escolha do melhor implante, para cada paciente, observados o universo de particularidades desta seleção.

Os implantes atuais têm quatro combinações principais de cabeça femoral e materiais de superfície de apoio acetabular: metal-polietileno (MoP) , cerâmica-polietileno (CoP) , cerâmica-cerâmica (CoC) ou metal-metal (MoM) . As possíveis técnicas de fixação (o método de fixação do material da superfície do rolamento ao osso) também variam entre cimentadas (quando ambos os componentes são cimentados), não cimentadas (nenhum componente é cimentado), híbrida (a haste femoral, mas não a cúpula acetabular, é cimentada) ou híbrida reversa (o copo acetabular, mas não o caule femoral, é cimentado).

Fotografia de diferentes componentes acetabulares metálicos (não cimentados) e diferentes superfícies protéticas. (A): cabeça metálica/ Polietileno, (B): Cabeça cerâmica/cerâmica, (C): cabeça metálica/metal.

São padronizados e regularmente disponibilizados pelo SUS os seguintes:

  • Componente acetabular de polietileno
  • Componente acetabular metálico
  • Cabeça Femoral Metálica

Cabe informar que após a avaliação da CONITEC, e publicação da PORTARIA Nº 4, DE 18 DE FEVEREIRO DE 2019, tornou-se pública a decisão de incorporar as próteses de cerâmica-polietileno para artroplastia total de quadril em pacientes jovens, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS.

Conclusão

As condições ideais para a cirurgia de artroplastia de quadril vão além do tipo de implante em si. Autores ressaltam que um dos fatores de complicação nas cirurgias de artroplastia de quadril está relacionado com o inadequado atendimento e acompanhamento a pacientes em que se usou técnica e instrumental inadequados, comprometendo a longevidade da prótese. Sendo que, até o momento, as evidências científicas, indicam que as próteses importadas de metal-metal, cerâmica/cerâmica e modulares não apresentaram ganhos significativos em relação às próteses convencionais disponíveis no SUS.

Referências

  1. CONITEC. Próteses de cerâmica-polietileno para artroplastia total de quadril em pacientes jovens - Relatório de Recomendação nº 426. Fevereiro/2019
  2. Fischer HB, Simanski CJ. A procedure-specific systematic review and consensus recommendations for analgesia after total hip replacement. Anaesthesia, 2005; 60(12): 1189-1202
  3. RONDINELLI PC, et al. Cirurgia de revisão na artroplastia do quadril com utilização de enxerto de banco de ossos. Rev Bras Ortop. 1993;28(6)
  4. http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2010/1956_2010.htm
  5. http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2011/1974_2011.htm
  6. Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 1.627/2001
  7. Resolução CREMESP nº 81, de 9 de junho de 1997
  8. Assessoria de Imprensa do CREMEPE. Ética.