Alterações

DMRI

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Tratamentos disponíveis no SUS
==Informações sobre a doença==
A Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) é uma doença degenerativa e progressiva que acomete a área central da retina (mácula), levando frequentemente a aO comprometimento da visão central.
Pode ser classificada como:
A DMRI é a principal causa de cegueira irreversível em indivíduos com mais de 50 anos nos países desenvolvidos.
Os fatores de risco para o desenvolvimento de DMRI englobam aumento da idade, etnia caucasiana, aterosclerose, tabagismo e certos polimorfismos genéticos. A identificação de fatores de risco e da doença em seu estágio inicial e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado dão à Atenção Básica um caráter essencial para um melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos. <ref>[httphttps://conitecwww.gov.br/imagesconitec/Protocolospt-br/20220329_portal-portaria-conjunta-no-04-pcdtmidias/protocolos/20221216_pcdt-dmri.pdf Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Degeneração Macular Relacionada à Idade (forma neovascular)]Acesso em 03/01/2023</ref>
== Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da DMRI (forma neovascular) ==
A [httphttps://conitecwww.gov.br/imagesconitec/Relatoriospt-br/Portariamidias/relatorios/portaria/2022/20220329_Portaria_Conjunta_420221216_portaria_conjunta_n_24_saes_sctie_ms.pdf Portaria Conjunta SAES/SCTIE/SAES/MS nº 424, de 4 7 de março dezembro de 2022] aprovou o [httphttps://conitecwww.gov.br/imagesconitec/pt-br/Protocolosmidias/20220329_portal-portaria-conjunta-no-04-pcdtprotocolos/20221216_pcdt-dmri.pdf Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para o tratamento da DMRI (forma neovascular)].
* '''Critérios de inclusão:'''
Serão incluídos no PCDT para tratamento com injeções intravítreas os pacientes com DMRI exsudativa que tenham mais de 60 anos, com melhor '''acuidade visual (AV) corrigida igual ou superior a 20/400 e igual ou inferior a 20/30, que apresentam lesão neovascular sub ou justafoveal confirmada por angiografia fluoresceínica ou tomografia de coerência óptica (TCO'''), com os seguintes achados:
- à angiografia fluoresceínica: formação neovascular clássica ou oculta;
- à TCO: lesão hiper-refletida sub-retiniana associada a líquido sub ou intrarretiniano, ou descolamento do EPR (DEP) associado a líquido sub ou intrarretiniano sem outra causa aparente além de membrana neovascular oculta, ou lesão tipo RAP associada a líquido intrarretiniano ou DEP; Pacientes com '''membranas extrafoveais''' devem ser tratados conforme o protocolo de tratamento por '''fotocoagulação.'''
* '''Critérios de exclusão:'''
Serão excluídos do Protocolo de tratamento com antiangiogênicos pacientes com DMRI que apresentarem toxicidade (intolerância, hipersensibilidade ou outro evento adverso) ou contraindicação absoluta ao uso dos respectivos medicamentos ou procedimentos preconizados neste no Protocolo, e os pacientes que apresentarem '''membrana neovascular com cicatriz disciforme envolvendo a área foveal que impossibilite melhora significativa da acuidade visual, ou AV inferior a 20/400 ou superior a 20/30.'''
==Diagnóstico da DMRI==
== Tratamentos disponíveis no SUS ==
* Fotocoagulação ''a laser'';
== Incorporação no SUS dos medicamentos * '''Medicamentos de uso intravítreo == no SUS:'''
'''A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS – [[CONITEC]] publicou o [httphttps://conitecwww.gov.br/imagesconitec/pt-br/midias/Relatoriosrelatorios/2021/20210510_Relatorio_608_aflibercepte_e_ranibizumabe_DMRI20210510_relatorio_608_aflibercepte_e_ranibizumabe_dmri.pdf Relatório de Recomendação nº 608], aprovado pelo Ministério da Saúde por meio da [https://www.in.gov.br/enconitec/webpt-br/doumidias/-relatorios/portaria-sctie/ms-n-18-de-7-de-maio-de-2021-318738400 /20210510_portaria_18.pdf Portaria SCTIE/MS nº 18, de 7 de maio de 2021], com a decisão de incorporar o aflibercepte e ranibizumabe para tratamento de Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) neovascular em pacientes acima de 60 anos, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, conforme Protocolo do Ministério da Saúde e Assistência Oftalmológica no SUS.
Conforme determina o A [https://www.planaltoin.gov.br/ccivil_03web/dou/_ato2011-2014/2011portaria-gm/decretoms-n-638-de-28-de-marco-de-2022-389266816 Portaria GM/d7646MS nº 638, de 28 de março de 2022], incluiu o procedimento 03.03.htm Art05.023-3 Tratamento Medicamentoso de Doença da Retina, que consiste na aplicação intravítrea de medicamento antiangiogênico para tratamento da Degeneração Macular Relacionada à Idade – DMRI (CID10 H35. 25 3) e do Decreto 7Edema Macular associado à Retinopatia Diabética (CID10 H36.646/2011]0), o prazo máximo para efetivar a oferta ao SUS é de cento que deverá ser realizado conforme Protocolos Clínicos e oitenta dias Diretrizes Terapêuticas (180 diasPCDT) a partir da publicação [https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/protocolos/20221216_pcdt-dmri.pdf DMRI] e da [https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/protocolos/20211220_portal_retinopatia_diabetica.pdf Retinopatia Diabética] do Ministério da portariaSaúde. O procedimento binocular inclui a injeção intravítrea. Este prazo se faz necessário para os trâmites operacionais:
''Para o tratamento 'Na reunião de março de 2022 da '''Degeneração Macular Relacionada à Idade Comissão Intergestores Bipartite (DMRICIB)'''de Santa Catarina, por meio ocorreu a aprovação da inclusão deste procedimento na Programação de Cirurgias Eletivas, retificando a [https://www.insaude.sc.gov.br/enindex.php/weblegislacao/doudeliberacoes-cib/deliberacoes-/portaria2021-gmcib/ms17780-n008-3.61102-de2021-15campanha-de-dezembrocirurgias-deeletivas-2021-368997776 Portaria GMretificada-em-23-06-2022/MS file Deliberação CIB 308/2021].611, O procedimento deverá ser processado por meio de Autorização de 15 Procedimentos de dezembro Alta Complexidade (APAC) com financiamento federal pelo Fundo de 2021]Ações Estratégicas e Compensação (FAEC) e com incremento estadual. Desta forma, houve todos os prestadores SUS que estiverem aptos a atualização da descrição do realizar o procedimento '''03.03.05.023-3 - Tratamento Medicamentoso de Doença clínico da Retina I'''aplicação deste medicamento, o qual consiste na aplicação intravítrea de que inclui também o fornecimento do medicamento antiangiogênico para tratamento da doença macular relacionada à idade (DMRI), que deverá ser realizado conforme [http://conitec.gov.br/images/Protocolos/20220329_portal-portaria-conjunta-no-04-pcdt-dmri.pdf PCDT poderão realizar com custeio federal e estadual por meio da DMRI] do Ministério apresentação da Saúdeprodução no SUS. O procedimento binocular poderá Para ser realizado em ambos os olhos, com intervalo mínimo considerada apta a unidade deve possuir no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de 15 dias entre um olho e outroSaúde (CNES), mas não altera o valor Serviço de Classificação 131-002 -Tratamento Clínico do procedimentoAparelho da Visão.'''
'''Por se tratar O paciente deve procurar a Secretaria Municipal de Saúde de procedimento, a definição do fluxo e seu município para inserção no Sistema Nacional de Regulação (SISREG) na especialidade Consulta em Oftalmologia – Retina Geral. A solicitação será regulada pela Comissão Médica Estadual de Regulação (COMRE) conforme o fornecimento do medicamento será realizado pelos Centros grau de Referência risco e serviços protocolos de oftalmologia contratualizados/pactuados para talacesso. Desta formaNa eventual autorização da consulta de avaliação, a avaliação das solicitações dos medicamentos conforme PCDT havendo necessidade do Ministério tratamento oftalmológico com medicamento antiangiogênico, os agendamentos serão efetuados internamente através da Saúde será realizada pelo centro/Unidade Hospitalar prestadora do serviço aplicador, conforme fluxo estabelecido. Visto que estes serviços devem garantir não só a * [[Acesso ao procedimento de aplicação dos medicamentos angiogênicos e instalações adequadas para tal, como também o diagnóstico, o acompanhamento e o monitoramento dos pacientes, incluindo a realização intravítrea de exames específicos, a rede medicamento antiangiogênico|Clique aqui]] para atendimento dos pacientes que necessitam mais informações acerca do acesso ao procedimento de aplicação intravítrea de medicamentos angiogênicos está sendo definidamedicamento antiangiogênico no SUS.'''
<span style="color:blue">Portanto, apesar da publicação da [https://www.in.gov.br/en/web/dou/= Bevacizumabe -/portaria-sctie/ms-n-18-de-7-de-maio-de-2021-318738400 Portaria MS/SCTIE nº 18, de 7 de maio de 2021], os medicamentos aflibercepte e ranibizumabe para o tratamento da Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) neovascular em pacientes acima de 60 anos, ainda não se encontra disponível para a população por meio do SUS.uso ''off label''</span>==
== Bevacizumabe O medicamento [[bevacizumabe]] é de uso '''''off label'' para o tratamento da Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI)'''. Todavia, a [https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/lei-n-14.313- de-21-de-marco-de-2022-387356896'''Lei nº 14.313, de 21 de março de 2022], '''autoriza o uso ''off -label'' ocular não autorizado ==de medicamento em que a indicação de uso seja distinta daquela aprovada no registro na ANVISA, desde que seu uso tenha sido''' recomendado pela CONITEC''', demonstradas as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a efetividade e a segurança, e esteja padronizado em protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde.''
O PCDT da DMRI cita o medicamento anti-VEGF '''Portanto, o medicamento [[bevacizumabe''', para uso ntravítreo. Cabe ressaltar que, à época da publicação do referido PCDT, estava vigente a ]] está preconizado no [httphttps://www.in.gov.br/materiaconitec/pt-br/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/idmidias/23530126protocolos/do120221216_pcdt-2016-09-08-resolucao-rdc-n-111-de-6-de-setembro-de-2016-23530036 Resolução da Diretoria Colegiada dmri.pdf Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (RDCPCDT) nº 111, de 06 de setembro de 2016da DMRI], referente à autorização excepcional do Ministério da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do uso ''off label'' do referido medicamento Saúde para o tratamento de DRMI no âmbito do SUS. Entretanto, a RDC supracitada possuía validade pacientes com DMRI acima de três 60 anos '''e não foi renovada pela ANVISA será ofertado por meio da assistência oftalmológica no tempo oportuno, conforme ''' SUS.''' <ref>[httphttps://portal.anvisawww.gov.br/documentsconitec/pt-br/33760midias/5793795protocolos/Ata+da+Reuni%C3%A3o+Ordin%C3%A1ria+P%C3%BAblica+n%C2%BA+2%2C+20221216_pcdt-dmri.pdf Protocolo de+18+Uso de+fevereiro+de+2020/f023a96bBevacizumabe na Degeneração Macular Relacionada à Idade (forma neovascular) -a6d8-49d7-b78d-90851702f8f2 Ata da Reunião Ordinária Pública – ROP Apêndice 2] Acesso em 03/01/2020]. '''Desta forma, o medicamento bevacizumabe, atualmente, não se encontra disponível à população no SUS para o tratamento de DMRI.'''2023</ref>
==Tempo de tratamento - Critérios de interrupção==
* redução na melhor acuidade visual corrigida no olho tratado de 30 letras comparado ao início do tratamento ou à melhora da acuidade atingida desde o início do tratamento;
* evidência de deterioração da lesão neovascular a despeito de tratamento otimizado. [Exemplos (exemplos de evidências incluem aumento do tamanho da lesão à angiofluoresceinografia e piora dos indicadores de tomografia de coerência óptica da atividade da lesão).
Os pacientes '''sem resposta a três aplicações de bevacizumabe antiangiogênico''' deverão ter o '''diagnóstico revisado ''' e, caso confirmado, avaliações e tratamentos '''mensais deverão poderão ser mantidos até ''' que se completem '''24 semanas (cerca de 6 meses ''' ou 180 dias) do início do tratamento. Não havendo Inexistindo resposta nesse período, deverá ser considerada a suspensão do tratamento com injeções de bevacizumabeaflibercepte e ranibizumabe.
==Benefícios esperados==
O objetivo do tratamento é estabilizar a evolução da doença, definida como a não piora da acuidade visual de 15 letras relativamente ao início do tratamento, de preferência com a cicatrização ou interrupção da atividade da membrana neovascular. Em cerca de um terço dos casos, ocorre melhora da acuidade visualinicial.
==Monitorização==
A monitorização do tratamento deverá ser realizada por meio de exames clínicos (acuidade visual corrigida e biomicroscopia do segmento posterior sob midríase) e TCO conforme o modelo esquema de tratamento escolhido, podendo variar de 04 até 12 16 semanas. Retinografia fluorescente (angiografia fluoresceínica) pode ser solicitada na suspeita de aparecimento de novas membranas neovasculares ou em casos em que seja necessário revisar o diagnóstico. Para o seguimento dos pacientes, do ponto de vista prático, deve-se realizar no mínimo medida da acuidade visual, mapeamento de retina e tomografia de coerência óptica (TCO). '''Os ensaios clínicos randomizados (ECR) descreveram três esquemas de administração de antiangiogênicos distintos:'''  Para todas modalidades de tratamento, inicia-se com a carga inicial ("loading dosage") de três (3) aplicações a intervalos de 4 semanas. a) Esquema fixo: esquema de injeções fixas mensais; todo mês é realizada consulta e aplicação do medicamento. Esquema com muito baixa adesão e alta carga para o paciente. b) Esquema Pro Re Nata (PRN): esquema de injeções conforme a necessidade ou “as needed”; consultas são mensais, porém só se trata se houver recrudescimento na OCT. Isso pode gerar efeito sanfona e perda visual, além de o paciente não saber se vai ou não receber tratamento em dada visita. Carga do tratamento muito alta.  c) Esquema Tratar e Estender (TES): esquema de injeções com intervalos de tempo flexíveis conforme resposta ao tratamento (TREX: Treat and Extend). Se na consulta com intervalo de 4 semanas não houve piora, aumenta-se o espaçamento em 2 semanas. Caso volte edema, encurta-se em 2 semanas. Aqui há o risco de se tratar a menos e assim ocorrer perda visual. Porém, reduz-se muito as visitas e assim a carga do tratamento. Em meta-análise autores concluíram que, apesar da vantajosa redução do número de aplicações no esquema Pro Re Nata, há perda na AV em relação ao tratamento com injeções mensais. Por outro lado, três ensaios clínicos não demonstraram diferença significativa em relação ao desfecho funcional e anatômico entre o esquema tratar e estender e o uso de injeções mensais fixas no primeiro ano de tratamento. Há muita controvérsia na literatura em relação a qual esquema seguir no longo prazo. Cabe ressaltar que, até o momento, não há ECR com mais de 24 meses de acompanhamento. Além disso, estudos de extensão de ECR (abertos) apontam para uma piora progressiva dos resultados funcionais e anatômicos ao longo dos anos. Não sabemos se a piora em longo prazo é resultado de um esquema de administração mais flexível ou de uma limitação desta classe de medicamentos, pois boa parte dos pacientes desenvolveram ou pioraram a atrofia geográfica com o passar dos anos.  Na prática médica, as particularidades de cada paciente, a evolução clínica e o perfil de cada serviço de saúde irão nortear a frequência de aplicação de anti-VEGF. Ademais, considerando a frequência de comparecimento ao serviço, alguns desses esquemas, os quais consideram visitas com intervalo de tempo menor, podem não ser factíveis, devido à capacidade de atendimento dos centros especializados em que a aplicação é feita.  Sendo assim, os esquemas de administração descritos devem ser adequados às diversas necessidades possíveis, conforme o perfil do paciente e a autonomia do médico. A dose intravítrea a ser aplicada, por olho, é de 2 mg de aflibercepte, 0,5 mg de ranibizumabe e 1,25 mg de bevacizumabe.
== Referências ==
 
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