Curativos
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Avaliação da ferida influencia diretamente na escolha do curativo
Avaliar e documentar a evolução da ferida é imprescindível para se determinar o tratamento apropriado para cada caso. Esta avaliação e documentação deve ser realizada de forma sistemática, desde a ocorrência da lesão até sua completa resolução.
Conforme extensa literatura disponível sobre feridas, como o processo cicatricial evolui constantemente, certos curativos podem deixar de ser a melhor indicação após alguns dias. O acompanhamento adequado é fundamental e deve ser feito por pessoa capacitada. Além disso, os pacientes podem reagir de forma totalmente diferente, mesmo apresentando feridas semelhantes.
O profissional de saúde, capacitado, deve acompanhar com precisão as alterações da ferida a fim de tomar decisão de tratamento baseado nas condições avaliadas.
Abordagens necessárias para a escolha do curativo adequado
- elaboração de um histórico detalhado do quadro clínico do paciente: descrevendo a data de início da ferida, evolução, tratamentos já realizados;
- exame subjetivo:
- medições da ferida: Local, Tamanho e Profundidade;
- características do leito da ferida: tais como tecido necrótico, tecido de granulação ou infecção;
- condição da pele periférica: normal, edemaciada, esbranquiçada, brilhante, morna, vermelha, seca, escamando, fina;
- Drenagem: Tipo da secreção
- serosa: é plasmático
- Aquoso
- transparente: normalmente presente em lesões limpas
- sanguinolenta:lesão vascular
- purulenta:é o resultado de leucócitos e microorganismos vivos ou mortos, apresentando coloração que pode variar entre amarelo, verde ou marrom de acordo com o agente infeccioso;
- Quantidade da secreção: baixo, moderado, alto;
- Coloração da ferida:
- vermelho: tecido de granulação
- amarelo: há grande quantidade de material fibrótico e outros componentes oriundos da degradação célula;
- Odor;
- Consistência;
- temperatura local;
- Circunferência do membro;
- queixas de dor no local.
Feridas Crônicas
As feridas crônicas distinguem-se por não seguirem o processo dinâmico e fisiológico da cicatrização, resultando numa descoordenação multi-sequencial que perturba a recuperação da integridade anatômica e funcional no intervalo de tempo normal (6 semanas). O diagnóstico diferencial das feridas crônicas é amplo, destacando-se como principais causas, a insuficiência venosas crônica dos membros inferiores, as alterações vasculares e neuropáticas periféricas associadas à Diabetes mellitus e as úlceras relacionadas com mecanismos de pressão.
Cicatrização
Deve-se frisar que, para a resolução de uma ferida o organismo e a área cruenta devem ter condições favoráveis. As condições clínicas desfavoráveis devem ser sanadas ou melhoradas para que se possa facilitar e acelerar a evolução natural do processo de cicatrização da ferida. Os distúrbios sistêmicos estão relacionados com as condições gerais do individuo, que influenciam no tempo e na qualidade da cicatrização (BORGES et al., 2008). Dentre outros fatores que influenciam no processo de cicatrização, destacamos a idade do indivíduo, a obesidade, oxigenação do local da ferida (irrigação sanguinea), efeitos adversos de outros medicamentos, tabagismo, estresse/ansiedade e o estado nutricional.