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Em todo o mundo há cerca de 20 milhões de pessoas com cegueira provocada por cataratas.[4] A doença é a causa de 5% dos casos de cegueira nos Estados Unidos e de cerca de 60% em partes de África e da América do Sul.[9] A cegueira causada por cataratas afeta entre 10 a 40 em cada 100 000 crianças nos países em vias de desenvolvimento e entre 1 a 4 em cada 100 000 nos países desenvolvidos.[10] As cataratas tornam-se mais comuns com o avançar da idade. Nos Estados Unidos, cerca de metade das pessoas com 80 anos apresenta catarata.[1] | Em todo o mundo há cerca de 20 milhões de pessoas com cegueira provocada por cataratas.[4] A doença é a causa de 5% dos casos de cegueira nos Estados Unidos e de cerca de 60% em partes de África e da América do Sul.[9] A cegueira causada por cataratas afeta entre 10 a 40 em cada 100 000 crianças nos países em vias de desenvolvimento e entre 1 a 4 em cada 100 000 nos países desenvolvidos.[10] As cataratas tornam-se mais comuns com o avançar da idade. Nos Estados Unidos, cerca de metade das pessoas com 80 anos apresenta catarata.[1] | ||
| − | É | + | É importante ressaltar que a cegueira devido à catarata é reversível. De fato, a cirurgia de catarata é o procedimento cirúrgico realizado em maior quantidade no mundo, além de ser uma da intervenções cirúrgicas com maior taxa de sucesso e satisfação entre os pacientes a ele submetidos. [7-19] |
== Sinais e Sintomas == | == Sinais e Sintomas == | ||
Edição atual tal como às 19h17min de 28 de maio de 2025
Índice
Geral
Catarata é uma opacificação do cristalino - a lente natural do olho humano e de mamíferos. O aparecimento da catarata impacta as pessoas a medida em que gera diminuição da capacidade visual.[1] Pode afetar um ou ambos os olhos e é freqüente desenvolver-se lentamente. Os sintomas podem incluir visão desfocada, diminuição de sensibilidade às cores, halos à volta das luzes, dificuldade em observar luzes brilhantes e dificuldade em ver durante a noite.[1] Isto poderá afetar a condução, leitura, ou reconhecimento de rostos.[6] A diminuição da capacidade visual pode também aumentar o risco de acidentes e depressão.[2] As cataratas são a causa de metade dos casos de cegueira e de um terços dos casos de incapacidade visual em todo o mundo.[3][7]
As cataratas são formadas por depósitos de proteínas ou pigmentos amarelados no cristalino, que diminuem a transmissão de luz para a retina na parte de trás do olho. A maior parte dos casos de cataratas deve-se ao envelhecimento da pessoa, mas a doença pode também ter origem em traumas ou exposição à radiação, estar presente desde o nascimento ou ocorrer na sequência de uma cirurgia ocular ou de outros problemas.[1][4] Entre os fatores de risco estão a diabetes, fumar, a exposição prolongada à luz do sol e o consumo de bebidas alcoólicas. O diagnóstico é realizado através de um exame ocular.[1]
As medidas de prevenção incluem o uso de óculos de sol e deixar de fumar. Na fase inicial os sintomas podem ser aliviados com o uso de óculos. Quando os óculos não resultam, o único tratamento eficaz é uma cirurgia para remover o cristalino opaco e substituí-lo por uma lente artificial (i.e.; facectomia com implante de lente intraocular, atualmente realizada pela técnica de facoemulsificação). A cirurgia só é necessária nos casos em que as cataratas causam problemas.[1] A cirurgia geralmente melhora a qualidade de vida.[8]
Em todo o mundo há cerca de 20 milhões de pessoas com cegueira provocada por cataratas.[4] A doença é a causa de 5% dos casos de cegueira nos Estados Unidos e de cerca de 60% em partes de África e da América do Sul.[9] A cegueira causada por cataratas afeta entre 10 a 40 em cada 100 000 crianças nos países em vias de desenvolvimento e entre 1 a 4 em cada 100 000 nos países desenvolvidos.[10] As cataratas tornam-se mais comuns com o avançar da idade. Nos Estados Unidos, cerca de metade das pessoas com 80 anos apresenta catarata.[1]
É importante ressaltar que a cegueira devido à catarata é reversível. De fato, a cirurgia de catarata é o procedimento cirúrgico realizado em maior quantidade no mundo, além de ser uma da intervenções cirúrgicas com maior taxa de sucesso e satisfação entre os pacientes a ele submetidos. [7-19]
Sinais e Sintomas
Apenas casos mais avançados tem sinais facilmente perceptíveis de catarata, comoː[11]
- Visão nublada, turva ou fraca;
- Dificuldade crescente com visão à noite;
- Sensibilidade à luz e brilho;
- Necessidade de luz mais brilhante para leitura e outras atividades;
- Ver "halos" ao redor das luzes;
- Alterações frequentes na prescrição de óculos ou lentes de contato;
- Desbotamento das cores;
- Visão dupla em um único olho.
Tipos
Tipos de catarata:
- Catarata decorrente do processo de envelhecimento é dividida em 3 sub-tipos, a catarata nuclear, catarata cortical e a Catarata Subcapsular Posterior: se desenvolve mais rapidamente, afetando a parte de trás da lente.
- Traumáticas, que são causadas devido a algum trauma sofrido por lesões penetrantes no olho, contusões, radiações ou descargas elétricas.
- Secundária a doenças oculares inflamatórias como uveíte, glaucoma agudo, alta miopia, distrofia hereditária de fundo de olho e o uso de medicamentos contendo esteróides.
- Catarata congênita pode estar presente logo no nascimento do bebê ou se formar no primeiro ano de vida. Esse tipo de catarata pode se desenvolver por mutações genéticas, anormalidades cromossômicas, ou em casos de infecções durante a gravidez e abuso de álcool ou drogas. Nem sempre apresenta sintomas, podendo ser removida apenas se interferir na visão do bebê.
Fatores de Risco
Fatores que aumentam o risco de catarata incluemː[11]
Idade avançada;
Diabetes mellitus;
Excessiva exposição à luz solar;
Fumar;
Obesidade;
Pressão alta;
Lesão ocular prévia ou inflamação;
Cirurgia ocular anterior;
Uso prolongado de medicamentos corticosteroides;
Beber quantidades excessivas de álcool;
Falta de vitamina C;[13]
Trissomias (Down, Patau, Edwards).
Prevenção
Medidas importantes para evitar o surgimento e recorrências incluemː[11][14]
Dieta rica em frutas e legumes, rica em vitamina C e E, e evitando carnes reduz em 40% o risco de catarata;[15]
Não fumar e consumir álcool com moderação;
Exames oftalmológicos regulares, de 4 em 4 anos sem doenças crônicas e mais frequentes em casos de diabéticos e hipertensos;
Óculos de sol que protejam contra UVB em dias ensolarados;
Controle da glicemia e pressão arterial.
Tratamento
A cirurgia é indicada, geralmente, quando a quantitdade de visão é afetada. Em centros acadêmicos assim como no contexto do SUS, a cirurgia costuma ser indicada quando há decréscimo visual abaixo de 20/30 com a melhor correção. Há também de se levar em consideração o impacto deste déficit visual na qualidade de vida e execução de tarefas diárias, como assistir televisão e mais atualmente manipular o "smartphone" ou computador. Em havendo a combinação destes fatores, indica-se a cirurgia.
Há a tendência em se realizar a cirurgia sob anestesia tópica, com colírio apenas e sedação leve. Se ambos olhos estão afetados a cirurgia é em um olho de cada vez, embora haja cada vez mais evidências apontando para a segurança e viabilidade da cirurgia bilateral no mesmo dia.
A recuperação gera desconforto por alguns dias e requer o uso de colírios por 1 a 4 semanas.[16]
Atualmente as técnicas de facectomia por incisão escleral (FEC) assim como facectomia intracapsular (FIC), tanto quanto estas modalidades sem implante de LIO (lente intraocular) estão grandemente em desuso, por induzirem por um lado astigmatismo devido às grandes incisões necessárias (FEC e FIC) e indução de alta hipermetropia (ausência de implante de LIO).
O "padrão-ouro" para tratamento na atualidade é a facoemulsificação por pequena incisão (2,75 mm ou 2,4 mm em "córnea clara", sem incisar esclera) com implante de LIO dobrável introduzida por injetor com cartucho (que diminui significativamente a incidência de endoftalmite e astigmatismo induzido).
Cabe ressaltar que a cirurgia de catarata pode ser realizada de maneira concomitante à outros procedimentos intraoculares, como vitrectoma posterior, trabeculectomia e transplante de córnea por exemplo. Além disso, na atualidade há uma tendência em se utilizar a cirurgia de catarata para alívio dos sintomas e prevenção de crises de glaucoma de ângulo fechado (sobretudo se há componente facomórfico em sua gênese).
Tratamento no SUS
Para realização de cirurgia de catarata se fazem necessários alguns exames, sendo estes padronizados no âmbito do SUS segundo a Tabela SIGTAP como segue (sua solicitação depende da avaliação médica individualizada do paciente):
- Procedimento: 02.11.06.014-3 - MICROSCOPIA ESPECULAR DE CÓRNEA.
- Procedimento: 02.11.06.001-1 - BIOMETRIA ULTRASSÔNICA (MONOCULAR).
- Procedimento: 02.11.06.028-3 - TOMOGRAFIA DE COERÊNCIA ÓPTICA.
O tratamento de catarata está padronizado no âmbito do SUS segundo a Tabela SIGTAP como segue:
- Procedimento: 04.05.05.009-7 - FACECTOMIA COM IMPLANTE DE LENTE INTRA-OCULAR
- Procedimento: 04.05.05.010-0 - FACECTOMIA S/ IMPLANTE DE LENTE INTRA-OCULAR
- Procedimento: 04.05.05.011-9 - FACOEMULSIFICAÇÃO COM IMPLANTE DE LENTE INTRA-OCULAR RÍGIDA
- Procedimento: 04.05.05.037-2 - FACOEMULSIFICAÇÃO COM IMPLANTE DE LENTE INTRA-OCULAR DOBRÁVEL
Vide Lentes intraoculares
Referências
1. Yanoff M, Duker JS (2018). Ophthalmology (5th ed.). Edinburgh: Mosby. ISBN 978-0323057516. 2. https://en.wikipedia.org/wiki/Cataract 3. Chan WH, Biswas S, Ashworth JL, Lloyd IC (April 2012). "Congenital and infantile cataract: aetiology and management". European Journal of Pediatrics. 171 (4): 625–630. doi:10.1007/s00431-012-1700-1. PMID 22383071. 4. Vos, Theo; et al. (October 2016). "Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 310 diseases and injuries, 1990-2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015". Lancet. 388 (10053): 1545–1602. doi:10.1016/S0140-6736(16)31678-6. PMC 5055577. PMID 27733282. 5. Pandey SK (2005). Pediatric cataract surgery techniques, complications, and management. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins. p. 20. ISBN 978-0781743075. Archived from the original on 2015-05-24. 6. Allen D, Vasavada A (July 2006). "Cataract and surgery for cataract". BMJ. 333 (7559): 128–132. doi:10.1136/bmj.333.7559.128. PMC 1502210. PMID 16840470. 7. Global Data on Visual Impairments 2010 (PDF). WHO. 2012. p. 6. Archived (PDF) from the original on 2015-03-31. 8. Rao GN, Khanna R, Payal A (January 2011). "The global burden of cataract". Current Opinion in Ophthalmology. 22 (1): 4–9. doi:10.1097/icu.0b013e3283414fc8. PMID 21107260. S2CID 205670997. 9. "Cataract Data and Statistics | National Eye Institute". www.nei.nih.gov. Retrieved 2019-11-18. 10. Hsueh YJ, Chen YN, Tsao YT, Cheng CM, Wu WC, Chen HC. The Pathomechanism, Antioxidant Biomarkers, and Treatment of Oxidative Stress-Related Eye Diseases. Int J Mol Sci. 2022 Jan 23;23(3):1255. doi: 10.3390/ijms23031255. PMID 35163178; PMCID: PMC8835903 11.Jalil A, Steeples L, Subramani S, Bindra MS, Dhawahir-Scala F, Patton N (April 2014). "Microincision cataract surgery combined with vitrectomy: a case series". Eye. 28 (4): 386–389. doi:10.1038/eye.2013.300. PMC 3983625. PMID 24406418. 12.Yanoff M, Duker JS (2008). Ophthalmology (3rd ed.). Edinburgh: Mosby. p. 412. ISBN 978-0323057516. Black N, Browne J, van der Meulen J, Jamieson L, Copley L, Lewsey J (January 2009). "Is there overutilisation of cataract surgery in England?" (PDF). The British Journal of Ophthalmology. 93 (1): 13–17. doi:10.1136/bjo.2007.136150. PMID 19098042. S2CID 37414146. 14. Jin C, Chen X, Law A, Kang Y, Wang X, Xu W, Yao K (September 2017). "Different-sized incisions for phacoemulsification in age-related cataract". The Cochrane Database of Systematic Reviews. 2017 (9): CD010510. doi:10.1002/14651858.CD010510.pub2. PMC 5665700. PMID 28931202. 15. Naumann GO, Holbach LM, Kruse FE, eds. (2008), "Complications After Cataract Surgery", Applied Pathology for Ophthalmic Microsurgeons, Springer Science & Business, p. 247, ISBN 978-3540683667 16. Behndig A, Montan P, Stenevi U, Kugelberg M, Lundström M (August 2011). "One million cataract surgeries: Swedish National Cataract Register 1992-2009". Journal of Cataract and Refractive Surgery. 37 (8): 1539–1545. doi:10.1016/j.jcrs.2011.05.021. PMID 21782099. 17. Gault J, Vander J (2015), Ophthalmology Secrets in Color, Elsevier Health Sciences, p. 221, ISBN 978-0323378024 18. Banerjee K (2006). "A review and clinical evaluation of per-operative and post-operative complications in case of manual small incision cataract surgery and extracapsular cataract extraction with posterior chamber intra-ocular lens implantation" (PDF). Archived from the original (PDF) on 5 June 2014. Retrieved 1 June 2014. 19. "Priority eye diseases: Cataract". Prevention of Blindness and Visual Impairment. World Health Organization. Archived from the original on 2015-05-24. The global burden of disease : 2004 update. Geneva, Switzerland: World Health Organization. 2008. p. 35. ISBN 978-9241563710. 20. "Eye Health Statistics at a Glance" (PDF). Archived from the original (PDF) on March 17, 2015. 21. "Health Topics: Cataract". World Health Organization – Eastern Mediterranean Regional Office. Archived from the original on 2013-09-27. Liu YC, Wilkins M, Kim T, Malyugin B, Mehta JS (August 2017). "Cataracts". Lancet. 390 (10094): 600–612. doi:10.1016/S0140-6736(17)30544-5. PMID 28242111. S2CID 208790600. Goes FJ (2013). The Eye in History. JP Medical Ltd. p. 371. ISBN 978-9350902745.