Mudanças entre as edições de "Vídeo Eletroencefalograma (Vídeo-EEG)"

(VÍDEO-EEG NO SUS)
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== INTRODUÇÃO ==
 
== INTRODUÇÃO ==
  
O exame de vídeo eletroencefalograma (vídeo EEG) é realizado da mesma forma que o eletroencefalograma tradicional, com o acréscimo de um registro simultâneo em vídeo. Os resultados da atividade cerebral e as imagens são analisados por um médico especialista em área de eletrofisiologia.
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O exame de vídeo eletroencefalograma (vídeo EEG ou VEEG) é realizado '''da mesma forma que o eletroencefalograma tradicional, com o acréscimo de um registro simultâneo em vídeo.''' Os resultados da atividade cerebral e as imagens são analisados por um médico especialista em área de eletrofisiologia.
Portanto, o vídeo-EEG é um procedimento não invasivo, não doloroso. O paciente é mantido em constante monitorização, com registro contínuo da atividade elétrica cerebral e supervisão médica, o que possibilita elucidar um evento paroxístico assistido e relatado por familiares ou pelo paciente determinando sua natureza, epiléptica ou não. O tempo de realização do exame depende da indicação do médico, geralmente sendo de 24 horas.
 
O vídeo EEG auxilia o médico a definir se as manifestações apresentadas pelo paciente são de natureza epiléptica ou não, assim como para para documentar características clínicas das crises epilépticas, localizar o início e a propagação das descargas e classificar corretamente diferentes tipos de crises epilépticas, possibilitando o diagnóstico e a programação terapêutica clínica ou cirúrgica, assim como o seu prognóstico.
 
  
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Portanto, o vídeo-EEG é um procedimento não invasivo, não doloroso. O paciente é mantido em constante monitorização, com registro contínuo da atividade elétrica cerebral e supervisão médica, o que possibilita '''elucidar um evento paroxístico''' assistido e relatado por familiares ou pelo paciente d'''eterminando sua natureza, epiléptica ou não.''' O tempo de realização do exame depende da indicação do médico, geralmente 4h, 12h, ou 24 horas.
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O vídeo EEG auxilia o médico a definir se as manifestações apresentadas pelo paciente são de natureza epiléptica ou não, assim como para para '''documentar características clínicas das crises epilépticas''', localizar o início e a propagação das descargas e '''classificar corretamente diferentes tipos de crises epilépticas''', possibilitando o diagnóstico e a programação terapêutica clínica ou cirúrgica, assim como o seu prognóstico.
  
 
== PRINCIPAIS INDICAÇÕES ==
 
== PRINCIPAIS INDICAÇÕES ==
  
  
- diagnóstico diferencial entre eventos epilépticos e não epilépticos (síncopes, arritmias cardíacas, distúrbios do sono e distúrbios psiquiátricos, entre outros);
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- '''diagnóstico diferencial entre eventos epilépticos e não epilépticos''' (síncopes, arritmias cardíacas, distúrbios do sono e distúrbios psiquiátricos, entre outros);
  
 
- classificação de síndromes e crises epilépticas (por exemplo: parcial, generalizada; tônica, atônica, mioclônica, espasmos, tônica-clônica);
 
- classificação de síndromes e crises epilépticas (por exemplo: parcial, generalizada; tônica, atônica, mioclônica, espasmos, tônica-clônica);
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- determinação da freqüência das crises;
 
- determinação da freqüência das crises;
  
- avaliações dos casos de epilepsia refratária ao tratamento medicamentoso;
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- avaliações dos casos de '''epilepsia refratária ao tratamento medicamentoso''';
  
 
- resposta às intervenções terapêuticas.
 
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As diretrizes da ''National Association of Epilepsy Centers'' recomendam o encaminhamento para monitoramento por VEEG se as crises não forem controladas após um ano, ou se o paciente falhou no tratamento com dois a três medicamentos anticonvulsivantes.
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Segundo PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS DA EPILEPSIA de 2019 do Ministério da Saúde, pacientes que permanecerem apresentando crises epilépticas apesar do uso de '''pelo menos dois antiepilépticos adequadamente escolhidos e utilizados em esquemas adequados de doses''', tanto em monoterapia como em combinação, serão considerados '''refratários ao tratamento medicamentoso'''. Neste momento, o paciente deverá ser avaliado para confirmação diagnóstica de epilepsia (20% a 30% dos pacientes encaminhados aos centros especializados em epilepsia não têm crises epilépticas – pseudo-refratariedade) e avaliados para eventual tratamento cirúrgico de epilepsia, ou ainda, num segundo momento, para tratamento de estimulação do nervo vago. Estima-se que 30% sejam refratários aos fármacos atuais.
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O VEEG pode ser indicados para todas as idades, desde recém-nascidos até idosos.
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Não há contraindicações.
  
 
== VÍDEO-EEG NO SUS ==
 
== VÍDEO-EEG NO SUS ==

Edição atual tal como às 17h24min de 26 de maio de 2025

INTRODUÇÃO

O exame de vídeo eletroencefalograma (vídeo EEG ou VEEG) é realizado da mesma forma que o eletroencefalograma tradicional, com o acréscimo de um registro simultâneo em vídeo. Os resultados da atividade cerebral e as imagens são analisados por um médico especialista em área de eletrofisiologia.

Portanto, o vídeo-EEG é um procedimento não invasivo, não doloroso. O paciente é mantido em constante monitorização, com registro contínuo da atividade elétrica cerebral e supervisão médica, o que possibilita elucidar um evento paroxístico assistido e relatado por familiares ou pelo paciente determinando sua natureza, epiléptica ou não. O tempo de realização do exame depende da indicação do médico, geralmente 4h, 12h, ou 24 horas.

O vídeo EEG auxilia o médico a definir se as manifestações apresentadas pelo paciente são de natureza epiléptica ou não, assim como para para documentar características clínicas das crises epilépticas, localizar o início e a propagação das descargas e classificar corretamente diferentes tipos de crises epilépticas, possibilitando o diagnóstico e a programação terapêutica clínica ou cirúrgica, assim como o seu prognóstico.

PRINCIPAIS INDICAÇÕES

- diagnóstico diferencial entre eventos epilépticos e não epilépticos (síncopes, arritmias cardíacas, distúrbios do sono e distúrbios psiquiátricos, entre outros);

- classificação de síndromes e crises epilépticas (por exemplo: parcial, generalizada; tônica, atônica, mioclônica, espasmos, tônica-clônica);

- determinação da zona epileptogênica na investigação pré-cirúrgica para epilepsia,

- determinação da freqüência das crises;

- avaliações dos casos de epilepsia refratária ao tratamento medicamentoso;

- resposta às intervenções terapêuticas.


As diretrizes da National Association of Epilepsy Centers recomendam o encaminhamento para monitoramento por VEEG se as crises não forem controladas após um ano, ou se o paciente falhou no tratamento com dois a três medicamentos anticonvulsivantes.


Segundo PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS DA EPILEPSIA de 2019 do Ministério da Saúde, pacientes que permanecerem apresentando crises epilépticas apesar do uso de pelo menos dois antiepilépticos adequadamente escolhidos e utilizados em esquemas adequados de doses, tanto em monoterapia como em combinação, serão considerados refratários ao tratamento medicamentoso. Neste momento, o paciente deverá ser avaliado para confirmação diagnóstica de epilepsia (20% a 30% dos pacientes encaminhados aos centros especializados em epilepsia não têm crises epilépticas – pseudo-refratariedade) e avaliados para eventual tratamento cirúrgico de epilepsia, ou ainda, num segundo momento, para tratamento de estimulação do nervo vago. Estima-se que 30% sejam refratários aos fármacos atuais.


O VEEG pode ser indicados para todas as idades, desde recém-nascidos até idosos.

Não há contraindicações.

VÍDEO-EEG NO SUS

O procedimento de vídeo-EEG está previsto ao código SIGTAP nº 0211050091 VIDEO-ELETROENCEFALOGRAMA C/ REGISTRO PROLONGADO, com a seguinte descrição:

"REGISTRO PROLONGADO DA ATIVIDADE ELÉTRICA CEREBRAL COM REGISTRO SINCRONIZADO DE VÍDEO POR UM PERÍODO MÍNIMO DE 2 (DUAS) HORAS"


O Estado de Santa Catarina já disponibilizou o exame no serviço de Neurologia do Hospital Governador Celso Ramos, porém atualmente desativado. É também comum que o Estado de Santa Catarina não conte com prestador, motivando o ingresso de processos judiciais. Nestes casos, os exames precisam ser direcionados a clínicas localizadas em outros entes federativos, sobrecaindo ao estado de SC, além do custeio do exame, também o transporte. A Central Nacional de Regulação da Alta Complexidade (CNRAC) é o setor responsável por operacionalizar tais demandas.