Mudanças entre as edições de "Potencial Visual Evocado (PVE)"
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| − | O Potencial Evocado Visual | + | O Potencial Evocado Visual (PEV) ou Potencial Visual Evocado (PVE) ou de Varredura é um exame que permite avaliar a integridade das vias ópticas e a função do nervo óptico. E mede o sinal elétrico gerado no córtex visual em resposta à estimulação visual. |
| − | + | O córtex visual é ativado principalmente pelo campo visual central e há uma grande representação da mácula no córtex occipital. A PVE depende da integridade da via visual, incluindo olho, nervo óptico, quiasma óptico, trato óptico, radiação óptica e córtex cerebral. Os protocolos padrão da Sociedade Internacional para Eletrofisiologia Clínica da Visão (ISCEV) [1] avaliam a via visual anterior (olho, nervo óptico anterior ao quiasma óptico). Para disfunções da via visual posterior são necessários protocolos multicanais estendidos. | |
| + | == Preparação do Paciente e Realização do Exame== | ||
| − | + | É um exame indolor e de rápida realização. | |
| − | + | No dia do exame o paciente deve evitar o uso de cremes no cabelo, e aqueles que usam lentes corretivas deverão trazê-las, pois poderão ser utilizadas. | |
| − | + | '''Como funciona o PVE:''' | |
| − | + | 1o. Estímulo visual: | |
| + | O paciente é estimulado visualmente, geralmente com flashes de luz ou padrões reversos (como um "tabuleiro de xadrez"). | ||
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| + | Eletrodos de superfície são colocados na cabeça do paciente, geralmente na região frontal, posterior e central, para registrar a atividade elétrica. | ||
| + | 3o. Registro da resposta: | ||
| + | As pequenas mudanças na atividade elétrica do córtex visual são registradas e analisadas. | ||
| − | + | 4o. Análise: | |
| + | O médico analisa os padrões das respostas elétricas para identificar possíveis alterações na função visual. | ||
| + | == Protocolo Padrão ISCEV == | ||
| − | + | PVEs de reversão de padrão - Os blocos de xadrez (branco e preto) se invertem mantendo a luminância igual. A taxa de reversão padrão é de 2 reversões por segundo (rps). Ambos grandes (1 grau) e pequenos (0,25 graus) devem ser verificados. | |
| + | PVEs de início/desvio padrão - Os blocos do tabuleiro de xadrez são ativados e desativados com o tempo. Durante o tempo de folga, há um fundo cinza difuso. No entanto, não deve haver alteração na luminância. Este protocolo também deve ser verificado usando ambos os estímulos com verificações grandes (1 grau) e pequenas (0,25 graus). Este protocolo é útil para simulação e pacientes com nistagmo . O tabuleiro de damas fica ligado por 200 ms e desligado (fundo cinza difuso) por 400 ms. PVEs Flash usam um flash que deve subtender pelo menos 20 graus do campo visual. A taxa de flash deve ser de 1 por segundo. A luminância do estímulo é de 3 candelas fotópicas.segundos/metro quadrado (cd.sm-2). | ||
| − | + | == Forma de Onda == | |
| − | + | PVEs de reversão de padrão - 2 ondas negativas e uma onda positiva (picos N75, P100 e N135). Essas ondas aparecem aos 75 ms, 100 ms e 135 ms após o estímulo, respectivamente. Amplitude de P100 = pico de N75 ao pico de P100. PVEs de início/desvio padrão - onda positiva c1 a 75 ms, negativa c2 a 125 ms, positiva c3 a 150 ms. PVEs Flash- Múltiplas ondas positivas e negativas- N2 e P2 mais consistentes. Amplitude de P2 (120 ms) = pico de N2 (90ms) a pico de P2 | |
| + | == Diretrizes de Relatórios do ISCEV == | ||
| − | + | O relatório deve incluir: | |
| + | Mínimo 2 gravações de cada protocolo, | ||
| − | + | Tamanho do campo de estímulo, força do flash ou luminância média do padrão, tamanho dos elementos do padrão, contraste do padrão, frequência de reversão, | |
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| + | Olho testado, | ||
| − | + | Configuração do filtro, | |
| + | Localização dos eletrodos positivos e negativos, | ||
| − | + | Medições de tempo de pico e amplitude junto com valores de referência, | |
| + | Qualquer desvio do padrão ISCEV. | ||
| − | == | + | == Uso Clínico == |
| + | O PVE tem sido utilizado como um método alternativo para avaliar a acuidade visual em bebês e adultos não verbais com baixa capacidade intelectual ou potencial simulação. | ||
| − | + | Também é indicado na avaliação de doenças desmielinizantes (como a esclerose múltipla), na detecção de lesões do nervo óptico (neurite óptica), tumores (como tumores de órbita, de hipófise, do quiasma óptico e aqueles localizados desde as vias ópticas até o córtex occipital); também para avaliar hipertensão intracraniana com comprometimento secundário dos nervos ópticos e outras diversas indicações. | |
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== Potencial Visual Evocado no SUS == | == Potencial Visual Evocado no SUS == | ||
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Procedimento: 02.11.06.016-0 - POTENCIAL VISUAL EVOCADO | Procedimento: 02.11.06.016-0 - POTENCIAL VISUAL EVOCADO | ||
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Serviço Ambulatorial: R$ 24,24 Serviço Hospitalar: R$ 0,00 | Serviço Ambulatorial: R$ 24,24 Serviço Hospitalar: R$ 0,00 | ||
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Total Hospitalar: R$ 0,00 | Total Hospitalar: R$ 0,00 | ||
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Descrição: | Descrição: | ||
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AVALIAÇÃO ELETRO-FISIOLÓGICA DAS VIAS ÓPTICAS. | AVALIAÇÃO ELETRO-FISIOLÓGICA DAS VIAS ÓPTICAS. | ||
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1. Odom JV, Bach M, Brigell M, Holder GE, McCulloch DL, Mizota A, Tormene AP; International Society for Clinical Electrophysiology of Vision. ISCEV standard for clinical visual evoked potentials: (2016 update). Doc Ophthalmol. 2016 Aug;133(1):1-9. doi: 10.1007/s10633-016-9553-y. Epub 2016 Jul 21. PubMed PMID: 27443562. | 1. Odom JV, Bach M, Brigell M, Holder GE, McCulloch DL, Mizota A, Tormene AP; International Society for Clinical Electrophysiology of Vision. ISCEV standard for clinical visual evoked potentials: (2016 update). Doc Ophthalmol. 2016 Aug;133(1):1-9. doi: 10.1007/s10633-016-9553-y. Epub 2016 Jul 21. PubMed PMID: 27443562. | ||
2. American Clinical Neurophysiology Society. Guideline 5: Guidelines for standard electrode position nomenclature. J Clin Neurophysiol. 2006 Apr;23(2):107-10. PubMed PMID: 16612226. | 2. American Clinical Neurophysiology Society. Guideline 5: Guidelines for standard electrode position nomenclature. J Clin Neurophysiol. 2006 Apr;23(2):107-10. PubMed PMID: 16612226. | ||
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| + | 3. Baiano C, Zeppieri M. Visual Evoked Potential. 2023 May 11. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2025 Jan–. PMID: 35881733. | ||
Edição atual tal como às 19h03min de 16 de maio de 2025
Índice
Introdução
O Potencial Evocado Visual (PEV) ou Potencial Visual Evocado (PVE) ou de Varredura é um exame que permite avaliar a integridade das vias ópticas e a função do nervo óptico. E mede o sinal elétrico gerado no córtex visual em resposta à estimulação visual.
O córtex visual é ativado principalmente pelo campo visual central e há uma grande representação da mácula no córtex occipital. A PVE depende da integridade da via visual, incluindo olho, nervo óptico, quiasma óptico, trato óptico, radiação óptica e córtex cerebral. Os protocolos padrão da Sociedade Internacional para Eletrofisiologia Clínica da Visão (ISCEV) [1] avaliam a via visual anterior (olho, nervo óptico anterior ao quiasma óptico). Para disfunções da via visual posterior são necessários protocolos multicanais estendidos.
Preparação do Paciente e Realização do Exame
É um exame indolor e de rápida realização.
No dia do exame o paciente deve evitar o uso de cremes no cabelo, e aqueles que usam lentes corretivas deverão trazê-las, pois poderão ser utilizadas.
Como funciona o PVE:
1o. Estímulo visual: O paciente é estimulado visualmente, geralmente com flashes de luz ou padrões reversos (como um "tabuleiro de xadrez").
2o. Eletrodos: Eletrodos de superfície são colocados na cabeça do paciente, geralmente na região frontal, posterior e central, para registrar a atividade elétrica.
3o. Registro da resposta: As pequenas mudanças na atividade elétrica do córtex visual são registradas e analisadas.
4o. Análise: O médico analisa os padrões das respostas elétricas para identificar possíveis alterações na função visual.
Protocolo Padrão ISCEV
PVEs de reversão de padrão - Os blocos de xadrez (branco e preto) se invertem mantendo a luminância igual. A taxa de reversão padrão é de 2 reversões por segundo (rps). Ambos grandes (1 grau) e pequenos (0,25 graus) devem ser verificados. PVEs de início/desvio padrão - Os blocos do tabuleiro de xadrez são ativados e desativados com o tempo. Durante o tempo de folga, há um fundo cinza difuso. No entanto, não deve haver alteração na luminância. Este protocolo também deve ser verificado usando ambos os estímulos com verificações grandes (1 grau) e pequenas (0,25 graus). Este protocolo é útil para simulação e pacientes com nistagmo . O tabuleiro de damas fica ligado por 200 ms e desligado (fundo cinza difuso) por 400 ms. PVEs Flash usam um flash que deve subtender pelo menos 20 graus do campo visual. A taxa de flash deve ser de 1 por segundo. A luminância do estímulo é de 3 candelas fotópicas.segundos/metro quadrado (cd.sm-2).
Forma de Onda
PVEs de reversão de padrão - 2 ondas negativas e uma onda positiva (picos N75, P100 e N135). Essas ondas aparecem aos 75 ms, 100 ms e 135 ms após o estímulo, respectivamente. Amplitude de P100 = pico de N75 ao pico de P100. PVEs de início/desvio padrão - onda positiva c1 a 75 ms, negativa c2 a 125 ms, positiva c3 a 150 ms. PVEs Flash- Múltiplas ondas positivas e negativas- N2 e P2 mais consistentes. Amplitude de P2 (120 ms) = pico de N2 (90ms) a pico de P2
Diretrizes de Relatórios do ISCEV
O relatório deve incluir:
Mínimo 2 gravações de cada protocolo,
Tamanho do campo de estímulo, força do flash ou luminância média do padrão, tamanho dos elementos do padrão, contraste do padrão, frequência de reversão,
Olho testado,
Configuração do filtro,
Localização dos eletrodos positivos e negativos,
Medições de tempo de pico e amplitude junto com valores de referência,
Qualquer desvio do padrão ISCEV.
Uso Clínico
O PVE tem sido utilizado como um método alternativo para avaliar a acuidade visual em bebês e adultos não verbais com baixa capacidade intelectual ou potencial simulação.
Também é indicado na avaliação de doenças desmielinizantes (como a esclerose múltipla), na detecção de lesões do nervo óptico (neurite óptica), tumores (como tumores de órbita, de hipófise, do quiasma óptico e aqueles localizados desde as vias ópticas até o córtex occipital); também para avaliar hipertensão intracraniana com comprometimento secundário dos nervos ópticos e outras diversas indicações.
Potencial Visual Evocado no SUS
Procedimento: 02.11.06.016-0 - POTENCIAL VISUAL EVOCADO
Valores:
Serviço Ambulatorial: R$ 24,24 Serviço Hospitalar: R$ 0,00
Total Ambulatorial: R$ 24,24 Serviço Profissional: R$ 0,00
Total Hospitalar: R$ 0,00
Descrição: AVALIAÇÃO ELETRO-FISIOLÓGICA DAS VIAS ÓPTICAS.
Referências:
1. Odom JV, Bach M, Brigell M, Holder GE, McCulloch DL, Mizota A, Tormene AP; International Society for Clinical Electrophysiology of Vision. ISCEV standard for clinical visual evoked potentials: (2016 update). Doc Ophthalmol. 2016 Aug;133(1):1-9. doi: 10.1007/s10633-016-9553-y. Epub 2016 Jul 21. PubMed PMID: 27443562.
2. American Clinical Neurophysiology Society. Guideline 5: Guidelines for standard electrode position nomenclature. J Clin Neurophysiol. 2006 Apr;23(2):107-10. PubMed PMID: 16612226.
3. Baiano C, Zeppieri M. Visual Evoked Potential. 2023 May 11. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2025 Jan–. PMID: 35881733.