Mudanças entre as edições de "Exame de dosagem de anticorpo anti-receptor de acetilcolina para diagnóstico da Miastenia Gravis"
| Linha 7: | Linha 7: | ||
Na maioria dos pacientes a MG é causada por anticorpos contra receptores de acetilcolina (anti-AChR). Normalmente, cerca de 85% dos pacientes com sintomas generalizados de MG e 50% com MG ocular pura abrigam anticorpos AChR específicos. O segundo anticorpo mais frequente é o anticorpo anti-tirosinoquinase músculo específico (anti-MuSk) (7%). Pela resposta imunológica desencadeada, verificam-se alterações estruturais e funcionais da junção neuromuscular. | Na maioria dos pacientes a MG é causada por anticorpos contra receptores de acetilcolina (anti-AChR). Normalmente, cerca de 85% dos pacientes com sintomas generalizados de MG e 50% com MG ocular pura abrigam anticorpos AChR específicos. O segundo anticorpo mais frequente é o anticorpo anti-tirosinoquinase músculo específico (anti-MuSk) (7%). Pela resposta imunológica desencadeada, verificam-se alterações estruturais e funcionais da junção neuromuscular. | ||
| − | Os inibidores da colinesterase e o tratamento imunossupressor são eficazes na maioria dos casos e a resposta à plasmaférese e imunoglobulina é frequentemente notável. A resposta aos tratamentos pode ser útil na confirmação do diagnóstico em pacientes com autoanticorpos indetectáveis. | + | Os inibidores da colinesterase e o tratamento imunossupressor são eficazes na maioria dos casos e a resposta à plasmaférese e imunoglobulina é frequentemente notável. A resposta aos tratamentos pode ser útil na confirmação do diagnóstico em pacientes com autoanticorpos indetectáveis. <ref>[https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/relatorios/2021/20210422_relatorio_598_antiach_miastenia_gravis_.pdf]</ref> |
== Recomendação da CONITEC == | == Recomendação da CONITEC == | ||
| Linha 16: | Linha 16: | ||
== Portaria == | == Portaria == | ||
| − | A PORTARIA SCTIE/MS No 11, DE 19 DE ABRIL DE 2021 torna pública a decisão de incorporar o exame de dosagem de anticorpo antirreceptor de acetilcolina para diagnóstico de Miastenia Gravis. | + | A PORTARIA SCTIE/MS No 11, DE 19 DE ABRIL DE 2021 torna pública a decisão de incorporar o exame de dosagem de anticorpo antirreceptor de acetilcolina para diagnóstico de Miastenia Gravis. <ref>[https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/relatorios/portaria/2021/20210419_portaria_11.pdf]</ref> |
== Referências Bibliográficas == | == Referências Bibliográficas == | ||
Edição das 20h20min de 23 de setembro de 2025
Introdução
A Miastenia Gravis (MG) é uma doença autoimune, órgão-específica, mediada por anticorpos da junção neuromuscular, cuja principal característica é fraqueza muscular flutuante, que melhora com o repouso e piora com o exercício ou ao longo do dia. A fraqueza pode ser limitada a grupos musculares específicos (músculos oculares, faciais, bulbares) ou ser generalizada.
A doença se manifesta desde a primeira infância até a idade avançada e pode ocorrer em ambos os sexos, embora as mulheres sejam mais afetadas A idade de início é bimodal, sendo os picos de ocorrência em torno de 20-34 anos para mulheres e 70-75 anos para homens.
Na maioria dos pacientes a MG é causada por anticorpos contra receptores de acetilcolina (anti-AChR). Normalmente, cerca de 85% dos pacientes com sintomas generalizados de MG e 50% com MG ocular pura abrigam anticorpos AChR específicos. O segundo anticorpo mais frequente é o anticorpo anti-tirosinoquinase músculo específico (anti-MuSk) (7%). Pela resposta imunológica desencadeada, verificam-se alterações estruturais e funcionais da junção neuromuscular.
Os inibidores da colinesterase e o tratamento imunossupressor são eficazes na maioria dos casos e a resposta à plasmaférese e imunoglobulina é frequentemente notável. A resposta aos tratamentos pode ser útil na confirmação do diagnóstico em pacientes com autoanticorpos indetectáveis. [1]
Recomendação da CONITEC
Os membros da Conitec presentes na 95ª reunião ordinária, no dia 03 de março de 2021, consideraram que o procedimento possui um corpo de evidências que favorece o exame de dosagem de anticorpos anti-acetilcolina para diagnóstico da Miastenia Gravis. Considerou-se a maior sensibilidade e facilidade deste exame comparado à eletroneuromiografia. Diante do exposto, o Plenário deliberou por unanimidade recomendar a incorporação do exame de dosagem de anticorpo antirreceptor de acetilcolina para diagnóstico de Miastenia Gravis no SUS. Foi assinado o Registro de Deliberação nº 593/2021.
Portaria
A PORTARIA SCTIE/MS No 11, DE 19 DE ABRIL DE 2021 torna pública a decisão de incorporar o exame de dosagem de anticorpo antirreceptor de acetilcolina para diagnóstico de Miastenia Gravis. [2]