Mudanças entre as edições de "Ecobroncoscopia"

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A '''ecobroncoscopia (ultrassonografia endobrônquica) e ecoendoscopia (ultrassonografia endoscópica) foram incorporadas no SUS para o
 
A '''ecobroncoscopia (ultrassonografia endobrônquica) e ecoendoscopia (ultrassonografia endoscópica) foram incorporadas no SUS para o
estadiamento tumoral de mediastino em pacientes com diagnóstico de câncer de pulmão''' após a 127ª Reunião Ordinária da '''Conitec em 2024.'''
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'''estadiamento tumoral de mediastino em pacientes com diagnóstico de câncer de pulmão'''''' após a 127ª Reunião Ordinária da '''Conitec em 2024.'''

Edição das 16h58min de 8 de julho de 2025

Introdução

O câncer de pulmão abrange um grupo de tumores epiteliais malignos que se originam nas células que revestem o trato respiratório inferior.

É dividido em duas categorias: câncer pulmonar de células não pequenas (CPCNP) e câncer pulmonar de células pequenas (CPCP).

O CPCNP é responsável por mais de 80% de todos os cânceres pulmonares. Há três tipos principais de CPCNP (adenocarcinoma, carcinoma de células escamosas e carcinoma de células grandes) e estes são agrupados em subtipos.

A estimativa mundial indica o câncer de pulmão como a principal causa de morte por câncer (18%) durante o ano de 2020. De acordo com o National Cancer Institute, o câncer de pulmão é o terceiro tipo mais comum de câncer, representa 12,3% de todos os novos casos de câncer nos Estados Unidos. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimou em 596.000 o número de novos casos de câncer em 2016, 28.220 (4.7%) dos quais foram casos de neoplasia maligna primária de pulmão. O câncer de pulmão é o segundo tipo de câncer de maior incidência em homens e o quarto tipo de câncer de maior incidência em mulheres no Brasil.

Diagnóstico da doença

O CPCNP no Brasil é geralmente diagnosticado em estágios avançados e apresenta baixas taxas de sobrevida. No geral, aproximadamente 70% dos pacientes apresentam doença localmente avançada ou metastática (estágio III e IV, respectivamente).

Segundo a última versão das Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas (DDT) do Câncer de Pulmão o diagnóstico presuntivo dessa condição clínica é feito na investigação de sintomas respiratórios(tosse, dispneia, dor torácica, hemoptise) e constitucionais (fadiga e emagrecimento), ou por achado radiológico atípico em exame realizado com outro propósito.

O diagnóstico definitivo é firmado pelo exame histopatológico (análise microscópica de tecido) ou citológico (análise das células oriundas de secreções e líquidos corporais) de espécime tumoral obtido por broncoscopia (exame realizado com uma microcâmara que permite visualizar o aparelho respiratório — traqueia, brônquios e pulmões), mediastinoscopia (exame feito com o uso de anestesia geral, que permite visualizar o mediastino — parte localizada entre os dois pulmões — e coletar uma amostra para análise), biópsia (exame que coleta um fragmento de tecido ou célula para análise) pleural ou pleuropulmonar a céu aberto ou vídeo-assistida.

A realização de uma avaliação da estrutura da parede mediastinal e das anormalidades próximas é um processo importante para a realização do estadiamento e para orientar a tomada de decisões terapêuticas, tendo em vista que o prognóstico (juízo antecipado) da doença, está diretamente relacionado ao estágio da doença.

O estadiamento do câncer de pulmão para definição do estágio da doença é determinado pela classificação TNM (T para o tumor primário; N para linfonodos. O câncer que se disseminou para os linfonodos próximos; M para metástase).

Para avaliar o estadiamento clínico, atualmente são utilizados tomografia computadorizada (TC) de tórax e abdome superior, com contraste e cintilografia óssea com Tecnécio-99m.

Os achados anormais da cintilografia podem ser confirmados por outros exames de imagem para se estabelecer o diagnóstico de metástase óssea.

A investigação por TC ou ressonância magnética (RM) do cérebro empregada somente em doentes com CPPC e, nos demais casos, quando há suspeita clínica de metástase no sistema nervoso central.

O estadiamento invasivo do mediastino também é indicado, em casos selecionados, na doença potencialmente ressecável. Para essa finalidade, a mediastinoscopia era considerada o padrão-ouro no diagnóstico do acometimento de linfonodos do mediastino por células neoplásicas. Consiste na exploração e biópsia do mediastino anterior com a utilização de um laringoscópio modificado denominado mediastinoscópio. O procedimento é realizado em uma sala cirúrgica e exige anestesia geral. Uma pequena incisão é feita na concavidade logo acima do esterno. O instrumento é, então, inserido no tórax na frente da traqueia, permitindo a observação do conteúdo do mediastino ao lado da traqueia e coleta de amostras para testes diagnósticos, se necessário. Esse procedimento não consta na Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais do SUS.

A ecobroncoscopia (ultrassonografia endobrônquica) e ecoendoscopia (ultrassonografia endoscópica) foram incorporadas no SUS para o estadiamento tumoral de mediastino em pacientes com diagnóstico de câncer de pulmão' após a 127ª Reunião Ordinária da Conitec em 2024.