=='''Evidências Científicas'''==
Para Girolami Nas últimas décadas, os pressupostos teóricos subjacentes ao Conceito Bobath têm sido alvo de questionamentos. Apesar da sua popularidade, não há evidências científicas de que o Conceito Bobath seja superior a outros métodos/técnicas de Fisioterapia. Diferentes autores referem que, o conceito de Bobath tem efeitos positivos no tratamento do neurodesenvolvimento de crianças com PC, salientando, no entanto, a necessidade da realização de mais estudos nesta área. Yalcinkaya, et al., em 2014, ao avaliar os resultados da reabilitação baseada no conceito de Bobath, realizada numa clínica de internamento para PC pediátrica indicou que este é promissor. Ainda acerca do impacto positivo na função motora, Arshad et al. , em 2018 revela que as técnicas de Bobath na aprendizagem motora grossa são bastante eficazes e Campbel apud Leite e Prado desempenham um papel de grande relevo em crianças com PC. De acordo com Kashuba, & Bukhovets (200433), podemos ainda acrescentar que, após a reabilitação física de seis meses com a terapia de Bobath, em comparação com as abordagens padrão, houve um estudo randomizado entre este método aumento nos índices de desenvolvimento físico das crianças, nomeadamente, no comprimento corporal Neurofuncional. Portanto, o Conceito Bobath é igualmente efetivo para o tratamento de pessoas com doenças neurológicas, em especial, nos estudos de sujeitos pós-AVC, para uma série de desfechos clínicos. Contudo, é importante realçar que a paralisia cerebral é uma patologia heterogénea, ou seja, envolve diferentes partes do cérebro e apresenta diferentes etiologias e fisiopatologias, como tal, seria estranho e surpreendente se uma terapia fosse benéfica para todos os indivíduos com PC. Assim sendo, é de extrema importância tentar aferir, através do desenvolvimento de novos estudos, com amostras significativas (em número e heterogeneidade, incluindo crianças com PC em diferentes níveis funcionais e idades) e várias combinações possíveis de técnicas de tratamento, a melhor abordagem em cada grupo populacional e assim, permitir, através deuma constante avaliação, a aplicação do melhor tratamento possível, e da forma mais pessoal e única possível a cada individuo. Importante reforçar, então, a manipulação inespecífica necessidade de estudos futuros, com elevado grau de evidência e que permitam aprofundar conhecimentos acerca dos efeitos do conceito de Bobath, de forma geral, e em particular na função motora, das crianças précom Paralisia Cerebral, bem como a sua aplicabilidade na prática clínica. '''Nesse contexto, entende-maturas, observou se que não há evidências disponíveis de que o Conceito Bobath melhorou seja superior, nem tão pouco inferior, às outras abordagens em Fisioterapia Neurofuncional do adulto. Já nas pesquisas em pediatria a postura mas não houve melhora do tônus muscular nem dos reflexos primitivosescassez de informações é ainda mais evidente.'''
=='''Atuações Profissionais'''==
Convém esclarecer, que este método é uma especialidade ministrada em cursos de aperfeiçoamento profissional, não sendo frequente sua inserção nas matrizes curriculares no âmbito da graduação na área da saúde. Portanto, o aperfeiçoamento fica a critério do profissional, em fazer ou não esta formação após bacharelar-se.
O médico tem autonomia para indicar ou não tratamento fisioterápico ao seu doente, respeitada a legislação vigente e as práticas cientificamente reconhecidas. '''Esta indicação e prescrição devem ser do tipo de fisioterapia: cardiovascular, respiratória, neurológica. O método e as técnicas fisioterápicas podem ficar a encargo do fisioterapeuta'''.
No âmbito do Sistema Único de Saúde, esta técnica não é comumente a mais utilizada, sendo as técnicas convencionais a opção de escolha de grande parte dos profissionais, pois esta também faz uso de exercícios passivos e ativos e demais técnicas, que comprovadamente também oferecem benefícios para a recuperação funcional. Além disto, mesmo não tendo se aperfeiçoado nesta técnica, muitos profissionais acabam utilizando alguns de seus conceitos ao aplicarem o tratamento clássico.
No tratamento das enfermidades neurológicas, o profissional de Terapia Ocupacional não utiliza somente o método Bobath como forma de intervenção, logo não se torna necessário uma formação especifica no método, no longo da formação acadêmica é apresentado uma gama de técnicas que permite a atuação com este tipo de paciente. Vale ressaltar que a especialização especifica nos permite um maior conhecimento da técnica, mas não se torna obrigatoriedade para um resultado satisfatório.
== '''Método Bobath e SUS''' ==
Aduz-se que o que consta na tabela do SUS são os atendimentos de reabilitação realizados pelos profissionais de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional sem que estes tenham necessariamente a formação no método Bobath, e sim a graduação nos respectivos cursos, bem como a vinculação aos seus respectivos conselhos profissionais. E, no âmbito deste sistema, cabe a este apenas oferecer o serviço, ficando os métodos e técnicas a serem aplicados sob competência dos profissionais, que tendo formação generalista de acordo com as matrizes curriculares propostas pelo Ministério da Educação, são aptos a aplicar recursos específicos de cada profissão a todos os casos. Ficando também a cargo destes, optarem por qual método complementar de tratamento é o de melhor eficácia para cada caso em especial, desde que tenham conhecimento e formação na técnica a ser aplicada.
=='''Resumindo'''==
Desta forma, muito embora seja um recurso comprovadamente benéfico, conclui-se que o método Bobath é uma técnica de tratamento que pode ou não ser utilizada, sendo um complemento ao tratamento convencional. A escolha fica a critério do profissional legalmente habilitado e competente para o exercício da profissão e pode ser substituído por outras técnicas sem que haja prejuízo para o paciente, que contribuem de igual forma para o desenvolvimento sensório-motor da criança com paralisia cerebral. Diretrizes baseadas em evidênciascientíficas em vez de preferências terapêuticas devem nortear a escolha da estratégia de tratamento a ser utilizada.
=='''Elaboração'''==
- Rita de Cássia Paula Souza - Gerente do Centro Catarinense de Reabilitação (CCR)
- Carla de Araujo Figueredo Cuneo - Médica da CoMAj
=='''Referências'''==
9. UMPHRED, A. D. Fisioterapia Neurológica. 2ª ed. São Paulo: Manole, 1980.
10. ROSENBAUM, P. (2007). The natural history of gross motor development in children with cerebral palsy aged 1 to 15 years. Developmental Medicine & Child Neurology, 49(10), 724.
11. MINISTÉRIO DA SAÚDE - Diretrizes de Atenção à Pessoa com Paralisia Cerebral disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_paralisia_cerebral.pdf. 2013
12. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA de FISIOTERAPIA em NEUROLOGIA para o DESENVOLVIMENTO e DIVULGAÇÃO dos CONCEITOS NEUROFUNCIONAIS. ABRADIMENE disponível em (http://www.abradimene.org.br/)
13. LEITE, J.M.R; PRADO, G.F. Paralisia cerebral: aspectos fisioterapêuticos e clínicos. Revista Neurociências, 2004. Disponível em http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2004/RN%2012%2001/Pages%20from%20RN%2012%2001-7.pdf
14. WINSTEIN, C.J., et al; American Heart Association Stroke Council, Council on Cardiovascular and Stroke Nursing, Council on Clinical
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15. HIRATA, G.C; SANTOS, R.S. Reabilitação da disfagia orofaríngea em crianças com paralisia cerebral: uma revisão sistemática da abordagem fonoaudiológica. Int. Arch. Otorhinolaryngol. vol.16 no.3 São Paulo July/Sept. 2012
16. https://core.ac.uk/download/pdf/516511462.pdf