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Método Denver

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Assim, cada paciente terá uma evolução e necessidades distintas, desde uma vida independente até dependência completa para executar atividades básicas, com reflexo nos aspectos educacionais e profissionais.
 
== Tratamento do Autismo: ==
Diversas estratégias para implementar intervenções não farmacológica têm sido reportadas, e geralmente são recomendadas para crianças com menos de cinco anos de idade. Além das intervenções comportamentais estruturadas, como o método ABA, há intervenções comportamentais naturalistas, como o método Denver.
 
== O Método Denver ==
 
O método Denver, também conhecido como ESDM (Early Start Denver Model – Modelo Denver para Intervenção Precoce) é baseado em intervenções comportamentais para crianças com TEA de 12 a 48 meses. É preconizado em alta intensidade, com treinos realizados em casa e na escola.
Todo o ambiente da criança deve ser avaliado e a participação da família é essencial para a estimulação dos comportamentos desejados e o controle dos comportamentos indesejados.
As estratégias utilizadas são individualizadas para abordar de forma específica o problema que mais afeta cada criança com TEA, portanto não é possível padronizar um conjunto de estratégias mais efetivo.
Os fundamentos teóricos do método Denver incluem um foco no papel da aprendizagem experiencial ativa, da interação precoce e da motivação social para a aprendizagem e o desenvolvimento, levando em consideração a plasticidade cerebral e a capacidade adaptativa presentes neste momento do desenvolvimento infantil.
 
A mudança de comportamento no ESDM é direcionada no contexto de “rotinas de atividades conjuntas”, com atividades de brincadeira e rotinas diárias que se baseiam na iniciativa e preferências da criança para facilitar o engajamento social e o aprendizado social. O formato de rotina de atividades conjuntas é projetado para imitar as trocas que ocorrem durante o desenvolvimento inicial entre crianças típicas e cuidadores, por meio das quais os adultos estruturam a aquisição de novos comportamentos pela criança durante a interação face a face (por exemplo, rotinas de esconde-esconde, rotinas de música, jogos de palmas) ou atividades envolvendo objetos (por exemplo, construir uma torre com blocos).
Inicialmente, o modelo de Denver começou como um programa diário de 25 horas semanais, no qual se trabalhava com pequenos grupos de crianças. O ESDM como uma intervenção intensiva é realizado em 20 ou mais horas semanais e é desenvolvido por profissionais capacitados e especializados, em um contexto clínico.
 
Há discussões sobre potenciais eventos adversos associados ao método Denver principalmente relacionados à intensidade da técnica e teor repetitivo da terapia, além de críticas com relação à dificuldade de reprodução e generalização da técnica. Potenciais impactos negativos das intervenções comportamentais sobre a saúde mental no longo prazo são incertos e são considerados para discussões.
 
== Método Denver e o SUS ==
 
O método Denver não é padronizado no SUS.
 
As “Diretrizes de atenção à reabilitação da pessoa com Transtorno de Espectro Autista” de 2014 indicam que o método de escolha para o tratamento de cada paciente deve ser avaliado periodicamente envolvendo tanto os profissionais de saúde como a família, sem mencionar quais os métodos disponíveis para tal escolha.
 
O PCDT publicado em 2022 pela Conitec, focado no tratamento do comportamento agressivo, menciona algumas categorias de tratamento não medicamentoso e reforça o entendimento de que a escolha do método específico para tratar cada paciente seja realizada conjuntamente pela equipe e família.
 
'''Embora o método Denver tenha sido considerado eficaz em pequenos ensaios clínicos e seja recomendado em alguns guidelines, ainda não está claro se este é superior a outros métodos de terapia comportamental. Existem poucos estudos comparando o Denver com outros modelos de tratamento, sejam farmacológicos ou não, e limitações metodológicas são reportadas, indicando a necessidade de novos estudos.'''
 
== Conclusões ==
 
Considerando os ensaios clínicos randomizados publicados até o momento, os benefícios e riscos do método Denver para o tratamento de pessoas com TEA são incertos. As incertezas se devem às limitações metodológicas destes estudos e ao relato limitados das informações, que reduzem a confiança em seus resultados.
 
Diante desta incerteza, a adoção do método Denver pressupõe a compreensão de aspectos como as alternativas disponíveis para compor o cuidado, a disponibilidade de profissionais capacitados, o contexto familiar e social do portador de TEA, bem como os custos e as consequências para o indivíduo, para a sociedade e para o sistema de saúde ao se adotar uma intervenção ainda com dados imaturos sobre seus efeitos.
 
'''Referências Bibliográficas''':
 
https://www.pje.jus.br/e-natjus/arquivo-download.php?hash=b4e3bb54802958c18d35f1af850321432e9a503b
 
https://iacapap.org/_Resources/Persistent/31cc544af25bd01b2737af4ae89e2f3989ddf4c2/C.2-ASD-2014-v1.1-portuguese.pdf
 
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC7900312/
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