Alterações

Miopia degenerativa

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Referências
==Procedimentos de diagnósticoExames complementares==
Retinografia fluorescente é útil para avaliar pacientes míopes quanto ao desenvolvimento de CNVNVC. As primeiras imagens podem mostrar defeitos de transmissão em manchas ou áreas de atrofia do EPR na mácula e/ou ao redor do disco óptico. A angiografia pode identificar rachaduras ("lacker cracks") nas fases inicial e de trânsito pela distribuição linear do defeito de transmissão. Na miopia patológica, o desenvolvimento da NVC tende a ser menor e menos exsudativo em comparação com a NVC observada na DMRI. A CNV NVC míope pode aparecer como um foco de hiperfluorescência com uma borda de hipofluorescência correspondente à hiperpigmentação na borda da lesão. Qualquer hemorragia associada resultará em fluorescência bloqueada. O vazamento é visto em imagens tardias com ou sem desfoque da borda pigmentada. O vazamento presente na NVC míope é mais sutil do que na NVC relacionada à DMRI.  
A angiografia com indocianina verde (ICG) pode ser mais sensível para detectar CNVNVC, pois o vazamento vascular na miopia patológica é tipicamente menos proeminente do que na patologia relacionada à DMRI e pode ser mais facilmente ignorado na angiografia com fluoresceína. OCT de domínio espectral (SD-OCT) tem sido o método preferido de acompanhamento de CNV NVC míope ao longo do tempo. Embora FA RF ou ICG sejam mais sensíveis para detecção, SD-OCT é um método não invasivo, quantificável e amplamente disponível para monitorar CNVNVC. A CNV NVC será visível como uma lesão hiper-reflexiva sub-retiniana com ou sem fluido intra-retiniano, fluido sub-retiniano ou descolamento do epitélio pigmentar. A topografia física do estafiloma e as camadas finas da retina representam desafios para a interpretação da OCT no paciente míope. No entanto, a resolução é adequada para a maioria dos pacientes. A OCT de domínio espectral também permite a detecção de foveosquise míope ou formação de buraco macular . Por esta razão, avaliar pacientes com SD-OCT permite uma melhor demonstração da anatomia macular em comparação com um exame bimoscosópicode biomicroscopia.[8] 
A angiografia por OCT (OCT-A) surgiu mais recentemente como uma técnica não invasiva para detectar e confirmar a presença de CNV míope. [14] [15] Um estudo identificou que uma maior densidade de comprimento de vaso na NVC em OCT-A foi correlacionada com maior resistência à terapia anti-VEGF e pode indicar um pior prognóstico sem injeções mais frequentes. [16] Outro estudo identificou ramificações vasculares e anastomoses/alças na OCT-A como indicadores de atividade de CNV. [17]
Recentemente, OCT de fonte de varredura (SS-OCT) e campo ultralargo (UWF) foram implementados para avaliar vários tecidos afetados pela miopia patológica. Os dados fornecidos por essas novas técnicas de imagem podem ajudar na compreensão da fisiopatologia da miopia patológica, bem como novas abordagens terapêuticas. [18]
 
==Tratamento==
A primeira terapia amplamente adotada para CNV NVC em miopia patológica foi a ablação a laser fototérmica dos novos vasos. Esse tratamento foi complicado por uma alta taxa de recorrência e a tendência das cicatrizes de fotocoagulação se expandirem com o tempo, aumentando o risco de perda da visão central à medida que a borda da cicatriz do laser invadia ou expandia para a fóvea. [8]
A terapia fotodinâmica (PDT) substituiu o laser térmico no final da década de 1990, apoiada por evidências do estudo Verteporfin in Photodynamic Therapy (VIP). A vantagem da TFD PDT foi o potencial de direcionar seletivamente os vasos neovasculares com menor dano colateral à retina, EPR e coróide e limitar o desenvolvimento de grandes cicatrizes observadas no tratamento com laser fototérmico. O estudo VIP mostrou que o PDT foi melhor do que o placebo na redução da perda de visão moderada em 12 meses. No entanto, aos 24 meses, não houve diferença estatisticamente significativa entre os braços de tratamento. [2]   A TFD PDT foi limitada pela observação de que até 13% ainda apresentam perda moderada da visão apesar do tratamento e até 57% apresentam vazamento persistente em um ano.  
A terapia com fator de crescimento endotelial antivascular (anti-VEGF) é agora considerada a intervenção de primeira linha para olhos com CNV míopeNVC miópica. [8]   A evidência inicial foi baseada principalmente em estudos retrospectivos e na experiência clínica. Um número crescente de estudos prospectivos e randomizados foi publicado ou está em andamento. Um desses ensaios foi o RADIANCE ( A Randomized Controlled Study of Ranibizumab in Patients with Choroidal Neovascularization Secondary to Pathologic Myopia), um estudo multicêntrico, randomizado e controlado comparando o ranibizumabe intravítreo à TFD PDT no tratamento de CNV míopeNVC miópica. Este estudo relatou melhora da acuidade visual em 12 meses no braço de tratamento com ranibizumabe. [20]    O estudo REPAIR (O estudo multicêntrico prospectivo de ranibizumabe na neovascularização coroidal devido à miopia patológica também demonstrou a eficácia e a segurança do ranibizumabe na NVC míopemiópica. [21] Enquanto isso, o estudo MYRROR ( Intravitreal Aflibercept Injection in Patients with Myopic Choroidal Neovascularization ) descobriu que o aflibercept aflibercepte é eficaz e seguro em CNV míope NVC miópica em uma população asiática. [22] Os dados atuais indicam que os pacientes têm maior probabilidade de apresentar resposta clínica e resolução da NVC em 1-3 injeções em comparação com injeções contínuas de longo prazo na degeneração macular complicada por CNVNVC em relação à DMRI. [20] Atualmente, ranibizumabe 0,5 mg é aprovado pela ANVISA e FDA para o tratamento de CNV míopeNVC miópica. Aflibercepte e bevacizumabe são usados de modo análogo
==Cirurgia==
1. American Academy of Ophthalmology. Pathologic myopia with tilted disc and peripapillary atrophy of RPE and choroid. https://www.aao.org/image/pathologic-myopia-with-tilted-disc-peripapillary-a-2 Accessed May 19, 2020.
2. Ryan et al. Retina. 2013
3. Ohno-Matsui K. Pathologic myopia. Asia Pac J Ophthalmol 2016;5: 415–423.
  4. Wong YL, Sabanayagam C, Ding Y et al. Prevalence, Risk Factors, and Impact of Myopic Macular Degeneration on Visual Impairment and Functioning Among Adults in Singapore. Invest Ophthalmol Vis Sci. 2018 Sep 4;59(11):4603-4613
5. Wong TY, Ferreira A, Hughes R et al. Epidemiology and Disease Burden of Patholoic Myopia and Myopic Choroidal Neovascularization: An Evidence Based Systemic Review. American Journal of Ophthalmology. 2014; 15:9-25.
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16. Hosoda Y, Miyata M, Uji A, Ooto S, Yamashiro K, Tamura H, Oishi A, Ueda-Arakawa N, Miyake M, Hata M, Muraoka Y, Takahashi A, Tsujikawa A. Novel Predictors of Visual Outcome in Anti-VEGF Therapy for Myopic Choroidal Neovascularization Derived Using OCT Angiography. Ophthalmol Retina. 2018 Nov;2(11):1118-1124. doi: 10.1016/j.oret.2018.04.011. Epub 2018 May 31. PMID: 31047549.
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20. Wolf et al. “RADIANCE: a randomized controlled study of ranibizumab in patients with choroidal neovascularization secondary to pathologic myopia.” Ophthalmology. 2014 Mar;121(3):682-92. Epub 2013 Dec 8.
21. Tufail A, Narendran N, Patel PJ et al. Ranibizumab in myopic choroidal neovascularization: the 12-month results from the REPAIR study. Ophthalmology. 2013 Sep;120(9):1944-5.e1.
22. Ikuno Y, Ohno-Matsui K, Wong TY et al. Intravitreal Aflibercept Injection in Patients with Myopic Choroidal Neovascularization: The MYRROR Study. Ophthalmology. 2015 Jun;122(6):1220-7. Epub 2015 Mar 4.
23. Wong YL, Sabanayagam C, Wong CW et al. Six-Year Changes in Myopic Macular Degeneration in Adults of the Singapore Epidemiology of Eye Diseases Study. Invest Ophthalmol Vis Sci. 2020;61(4):14.
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