Mudanças entre as edições de "Ácido acetilsalicílico"

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''AAS e a mucosa gástrica''
 
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A patogenia da lesão da mucosa gástrica pelos anti-inflamatórios não esteroidais (AINES), o que inclui o ácido acetilsalicílico, tem sido alvo de várias teses publicadas na literatura médica mundial.
 
A patogenia da lesão da mucosa gástrica pelos anti-inflamatórios não esteroidais (AINES), o que inclui o ácido acetilsalicílico, tem sido alvo de várias teses publicadas na literatura médica mundial.

Edição das 14h54min de 5 de julho de 2016

Classe terapêutica

Anti-inflamatório não-esteroidal, analgésico, antitérmico (inibe irreversivelmente a enzima ciclooxigenase (COX-1), envolvida na síntese de prostaglandinas)[1]

Antiagregante plaquetário (inibe agregação plaquetária, bloqueando a síntese do tromboxano A2 nas plaquetas)[2]

Nomes comerciais

As-Med, AAS Protect, Aceticil, Aspirina, AAS, AAS Protect, Somalgin, Aspirina Prevent, Antifebrin, Analgesin, Salicin, Asetisin, Sedalive, Salipirin, Acetildor, Dormec, Salicetil, Bufferin

Indicação

O ácido acetilsalicílico está indicado para o alívio sintomático de dores de intensidade leve a moderada, como dor de cabeça, dor de dente, dor de garganta, dor menstrual, dor muscular, dor nas articulações, dor nas costas, dor da artrite; alívio sintomático da dor e da febre nos resfriados ou gripes.[3]

Este medicamento também pode ser utilizado, nos casos indicados, como inibidor da agregação plaquetária.[4]

Padronização no SUS

Portaria nº 1.555, de 30 de julho de 2013

Deliberação 501/CIB/13 de 27 de novembro de 2013

Informações sobre o medicamento

O Componente Básico da Assistência Farmacêutica (CBAF) é constituído por uma relação de medicamentos e insumos farmacêuticos, voltados aos agravos prevalentes e prioritários da Atenção Básica, presentes nos anexos I e IV da RENAME. Atualmente, é regulamentado pela Portaria nº 1.555, de 30 de julho de 2013, que dispõe sobre as normas de financiamento e de execução do Componente Básico da Assistência Farmacêutica no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). O acesso aos medicamentos do CBAF se dá através das Unidades Básicas de Saúde do município onde reside o paciente.

O medicamento ácido acetilsalicílico, nas apresentações de 100mg e 500mg (comprimido), é disponibilizado nas unidades Básicas de Saúde, mediante apresentação de receita médica, documento de identificação e cartão do SUS (exceto para medicamentos injetáveis cuja administração deva ocorrer em ambiente ambulatorial/hospitalar do SUS). A disponibilização deste medicamento, presente na RENAME e no ANEXO A da Deliberação 501/CIB/13 de 27 de novembro de 2013, é OBRIGATÓRIA e de responsabilidade dos municípios, visando garantir as linhas de cuidado das doenças contempladas no Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF), indicados nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), de acordo com a necessidade local/regional.


  • Farmácia Popular

O medicamento ácido acetilsalicílico, nas apresentações de 100mg e 500mg (comprimido), consta no elenco de medicamentos da Farmácia Popular e/ou nas farmácias conveniadas no Programa Farmácia Popular do Brasil, conforme Portaria 111, de 28 de janeiro de 2016. O Governo Federal criou o Programa Farmácia Popular do Brasil para ampliar o acesso aos medicamentos para as doenças mais comuns entre os cidadãos. Este programa possui uma rede própria de Farmácias Populares e a parceria com farmácias e drogarias da rede privada, chamada de "Aqui tem Farmácia Popular". Além dos medicamentos gratuitos para hipertensão, diabetes e asma, o Programa oferece medicamentos com preço diferenciado para outras patologias, como rinite, dislipidemia, mal de Parkinson, osteoporose, glaucoma, assim como contraceptivos e fraldas geriátricas para incontinência urinária, ampliando assim, o acesso da população aos medicamentos deste programa.


  • Considerações


AAS e a mucosa gástrica

A patogenia da lesão da mucosa gástrica pelos anti-inflamatórios não esteroidais (AINES), o que inclui o ácido acetilsalicílico, tem sido alvo de várias teses publicadas na literatura médica mundial.

A tese mais difundida está relacionada com a redução da síntese gástrica das prostaglandinas, através da supressão dos inibidores seletivos da ciclooxigenase (COX 1 e COX 2). Algumas prostaglandinas são fundamentais para proteger a mucosa gástrica dos efeitos corrosivos do ácido estomacal, bem como para manter a condição naturalmente saudável da mucosa gástrica. A enzima COX-1 é essencial para a produção dessas prostaglandinas, e quando o AAS a inativa, a proteção gástrica também fica prejudicada.

O ácido acetilsalicílico também causa lesão da mucosa gástrica por irritação tópica (contato direto com a mucosa gástrica).

Estes fatores levam ao decréscimo do fluxo sanguíneo, danos no epitélio e aumento do número de neutrófilos aderentes ao endotélio vascular. Todos eles, no seu conjunto, contribuem para a lesão da mucosa gástrica.

Com o objetivo de diminuir a irritação tópica no estômago, algumas marcas apresentam formulações em que os comprimidos possuem um revestimento ácido-resistente, que fazem que o medicamento seja liberado somente no intestino, o que melhora sua tolerabilidade gástrica. É o caso da marca AAS Protect, do Laboratório Sanofi Aventis.

De fato, o revestimento ajuda diminuir a irritação tópica no estômago, porém não tem nenhum efeito na falta de proteção da mucosa gástrica causada pela redução das prostaglandinas.

Já as formulações chamadas "tamponadas" (geralmente revestidas com as substâncias carbonato de cálcio, o óxido de magnésio e o carbonato de magnésio) em nada influenciam na diminuição da irritação tópica, pois o PH do estômago é muito mais ácido que o PH de um comprimido de AAS, sendo ele tamponado ou não.

Portanto, AINES não seletivos como o AAS sempre prejudicarão a mucosa gástrica (seja em formulações gastrorresistentes ou não) por causa de sua ação na redução da síntese gástrica das prostaglandinas. As formulações revestidas gastrorresistentes (não as tamponadas!) somente auxiliam na diminuição da irritação tópica do estômago. [5]

Referências

<references>
  1. Bula do medicamento
  2. Bula do medicamento
  3. Bula do medicamento
  4. Bula do medicamento
  5. CHARRUA, Bento Albuquerque. Hemorragia digestiva alta associada ao consumo de ácido acetilsalicílico e de anti-inflamatórios não-esteróides em Portugal. Jornal Português de Gastrenterologia, v. 17, n. 5, p. 196-197, 2010.