Cápsula Endoscópica

É exame não invasivo que por meio da tecnologia de Cápsula Endoscópica, auxilia significativamente os médicos no diagnóstico de patologias do intestino delgado, produzindo imagens em áreas de difícil acesso.

A cápsula entérica (endoscópica) é indicada para a avaliação de patologias da segunda, terceira e quarta porções do duodeno, jejuno e íleo (lesões e patologias situadas além da papila duodenal), em adultos e crianças com idade superior a 10 anos.

A principal indicação é o sangramento intestinal, cuja causa não foi detectada pelos exames endoscópicos convencionais como endoscopia e colonoscopia. Outra indicação é a anemia de origem desconhecida, tumores do intestino delgado, doença inflamatória intestinal e pólipos intestinais. Seguida da investigação de doença de Crohn do intestino delgado.

Cabe ressaltar que, a Cápsula Endoscópica não substitui a endoscopia digestiva alta ou a colonoscopia, que são utilizadas para visualizar o esôfago, estômago, duodeno e intestino grosso, respectivamente. A Cápsula Endoscópica é utilizada para visualizar o intestino delgado, uma região de difícil acesso com os métodos endoscópicos tradicionais.

O estudo do acometimento do delgado em pacientes sabidamente portadores de doença de Crohn, anemia ferropriva e diagnóstico e avaliação de extensão de acometimento do intestino delgado na doença celíaca, assim como as diarreias crônicas, síndromes disabsortivas, dor abdominal crônica sem etiologia definida, diagnóstico diferencial de doença inflamatória intestinal e acompanhamento de síndromes polipoides também são cogitados como prováveis indicações

O exame é feito com a ingestão da cápsula que carrega em seu interior, uma microcâmera capaz de fazer até 55 mil imagens para diagnóstico de doenças do intestino delgado. Esta cápsula permanece dentro do corpo do paciente para percorrer toda a extensão do intestino, que mede de 4 a 6 metros no adulto, por até 8 horas. O paciente fica ainda, com um cinturão preso ao corpo que carrega a bateria e um gravador, que armazena as imagens geradas e enviadas pelo dispositivo, juntamente com sensores aplicados à parede abdominal. A cápsula, que é revestida por material biocompatível resistente ao trato digestivo, é descartável. Ela é composta por um sistema de lentes, câmara de vídeo e bateria.

O procedimento é ambulatorial e, para sua preparação, a recomendação é que seja feito jejum de até 12 horas, e uma dieta com ingestão de líquidos, no decorrer do exame. O dispositivo ingerido, que mede 26 mm e pesa 4g, não causa nenhum incômodo para o paciente, sendo de fácil ingestão e eliminação.

Cápsula Endoscópica e SUS:

O procedimento ainda não é padronizado no Sistema Único de Saúde.

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS – CONITEC não avaliou a incorporação do procedimento de enteroscopia por cápsula endoscópica no SUS.

Cápsula Endoscópica e Saúde Suplementar:

No cenário da saúde suplementar, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) atualizou em 2021 o rol de procedimentos e, dentre eles, incluiu a cobertura obrigatória, dessa tecnologia, pelos planos de saúde.

== Referência Bibliográficas: ==

POLETTI, P. Cápsula endoscópica. Quando indicar seu uso? JBM janeiro/fevereiro, 2015, V. 103, n. 1. Disponível em: < http://files.bvs.br/upload/S/0047-2077/2015/v103n1/a4919.pdf>. Acesso em: 08 mar. 2023.

Diretrizes Clínicas na Saúde Complementar. CAPPEANES, C. A. Et al. Cápsula Endoscópica: Intestino Delgado. 31 jan. 2011. Disponível em: < https://amb.org.br/files/ans/capsula_endoscopica-intestino_delgado.pdf>. Acesso em: 08 mar. 2023.